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outro lado
Teles apontam exageros nos pedidos de indenização
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
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Centro de controle da Telefônica, em São Paulo, responsáveis por serviços de telefonia, TV e internet
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico
Fixo Comutado), José Fernandes Pauletti, diz que as ações de
indenizações movidas contras
as empresas de telefonia são
desproporcionais às falhas na
prestação dos serviços.
""Parece haver uma disputa
para ver quem causa mais danos às empresas. Se mantiver
essa tendência, as teles ficarão
inviabilizadas ou haverá uma
briga judicial muito grande."
Segundo ele, o Ministério
Público e os Procons estão
atropelando a Anatel, que tem
o dever legal de fiscalizar o setor. ""As empresas ainda não foram notificadas de grande parte das ações, mas estão muito
preocupadas. Elas tentam não
fazer disso fonte de conflitos."
Anatel
A Anatel nega que seja omissa na fiscalização. Diz que estavam em curso, até o final do ano
passado, 33.158 processos administrativos por descumprimento de obrigações contratuais, sendo 2.476 referentes à
telefonia fixa, 29.051 sobre radiofrequência, 1.140 sobre
cumprimento de metas de universalização, 391 sobre serviços
privados e 100 referentes ao
serviço de TV por assinatura.
Ela diz que investiga todas as
falhas nos serviços e no atendimento dispensados aos usuários e que, desde 1997, em razão
das multas que aplicou, a União
arrecadou R$ 387 milhões.
Em nota, declarou considerar natural que outros órgãos
públicos ""busquem a tutela do
Judiciário" para defender os direitos dos consumidores.
Telemar
Para a Telemar, não causa estranheza o fato de haver mais
ações contra ela que contra as
rivais, uma vez que sua área de
concessão de telefonia fixa inclui 25 Estados e o Distrito Federal (não inclui só São Paulo,
que é região da Telefônica).
Ela rejeita a alegação de que
as multas da Anatel sejam irrisórias, o que justificaria as
ações com pedidos de indenizações milionárias. Diz que já pagou mais de R$ 200 milhões de
multas à Anatel desde a privatização da Telebrás, em 1998.
Sobre a ação em que é acusada de obstruir processo criminal ao não identificar um funcionário que teria lançado textos na internet de cunho racista
e nazista, afirma que tem colaborado no combate aos crimes
na web e que investiu R$ 20 milhões em dispositivos para
identificar os envolvidos.
Telefônica
O diretor jurídico da Telefônica, Gustavo Fleichman, disse
que as ações são um alerta para
as empresas da necessidade de
alterar o relacionamento com o
consumidor, mas afirmou que a
companhia passa por uma
grande reformulação e estreitou a relação com os Procons.
Segundo a empresa, as reclamações contra ela no Procon
diminuíram 36% desde março.
A Telefônica não comentou a
ação de R$ 1 bilhão proposta
contra ela pelo Ministério Público de São Paulo, segundo disse, para não criar constrangimentos para o juiz da causa
nem para os promotores.
Segundo a Folha apurou, ela
questiona o fato de o Ministério Público ter tratado de forma igual as reclamações sobre
os serviços de telefonia fixa, internet e de TV por assinatura.
A telefonia fixa é um serviço
público, explorado por concessão do governo, enquanto a internet é um serviço adicional,
autorizado pela Anatel. Por isso, entende que falhas nos serviços não podem ser tratadas
em conjunto.
(ELVIRA LOBATO)
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