São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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Diante de petistas, Malan rechaça "herança maldita" de sua gestão na Fazenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto a maioria dos participantes oscilava entre gracejos e homenagens, o ex-ministro Pedro Malan (governo FHC) aproveitou a comemoração dos 200 do Ministério da Fazenda para alimentar a disputa com petistas em torno dos méritos pelos bons resultados da economia e rechaçar o rótulo de "herança maldita" aplicado a sua gestão.
Mais longevo ocupante do cargo desde 1945, Malan não compareceu ao evento, para o qual foram convidados todos os ex-ministros. Enviou, porém, depoimento em vídeo dedicado a relatar os obstáculos enfrentados e as conquistas obtidas nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso -outro ex-ministro que preferiu participar via gravação.
"Essa herança nada tem de maldita, pelo contrário, é benigna", disse Malan, após listar o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a renegociação das dívidas dos Estados, as quebras dos monopólios estatais, o câmbio flutuante e outras medidas combatidas pelo PT nos tempos de oposição e encampadas pelo presidente Lula.
A resposta -ou, ao menos, outro pedido de co-autoria do atual crescimento econômico- veio, também em vídeo, do ex-ministro Antonio Palocci Filho, em relato sobre o ajuste e as reformas promovidas no primeiro mandato de Lula, que permitiram, recordou, encerrar a dependência "que se arrastava havia sete anos" em relação ao FMI.
Anfitrião da festa e dono das melhores estatísticas a serem exibidas, o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, evitou polemizar. Dividiu com os antecessores o "sucesso dos dias de hoje" e, no que mais se pareceu com uma alfinetada, mencionou a velha comparação entre crescimento brasileiro e "vôo de galinha" -muito ouvida por Malan e Palocci.

Zélia
Rejeitada pelo população depois de ter decretado o confisco da poupança, a base do Plano Collor, Zélia Cardoso de Mello, ministra no governo Collor, defendeu a medida 18 anos depois ao ser questionada se faria tudo novamente. "Naquela momento, havia o diagnóstico de que era o necessário a ser feito e esse diagnóstico era compartilhado pelos economistas mais respeitados do Brasil e foi feito".


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