São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Para analistas, oferta poderá abrir leilão

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Agora que sabem que a GVT está de fato à venda, outras companhias de telecomunicações também podem fazer ofertas por ela, na avaliação de especialistas de mercado. A operadora é atraente porque o crescimento da sua base de clientes, da receita e do lucro tem ficado acima da média do mercado, resultado de uma estratégia eficiente.
"Como não precisa cumprir determinadas regras do setor -por exemplo, as metas de universalização do serviço-, a GVT tem condições de focar somente no que dá mais lucro. Nas cidades em que atua, busca primeiro os bairros nobres, oferecendo um bom serviço de banda larga, e as pequenas e médias empresas. Outra vantagem competitiva é que a sua rede é mais nova e moderna", afirma Luciana Leocádio, chefe do departamento de análise da corretora Ativa.
Os R$ 42 por ação que a Vivendi se propôs pagar -quase 16% acima do valor de fechamento do papel ontem, quando a operação ainda não havia sido anunciada- se justificam, na opinião dos economistas. "O prêmio [montante oferecido acima do preço de mercado das ações da companhia] se deve ao potencial de crescimento da GVT", diz Leocádio.
Para Alex Pardellas, analista da corretora Banif, o aporte da Vivendi dará à operadora mais fôlego para continuar investindo e se expandindo. "Em algum momento, poderia faltar capital. A parceria com a empresa francesa lhe dará suporte", diz.

Evolução
A GVT iniciou as atividades em novembro de 2000 como "empresa espelho" (concorrente) da então Brasil Telecom. Depois de iniciar suas atividades em nove Estados, além do Distrito Federal, a companhia já atua em nível nacional.
Na eventual parceria com o grupo Vivendi, o presidente executivo da GVT, Amos Genish, disse que quer expandir negócios para regiões como São Paulo e Rio. Hoje sua principal fatia de atuação (15,5%) ainda se concentra nos Estados do Sul.
A estreia nacional ocorreu em 2007, depois que a empresa levantou R$ 1 bilhão na Bolsa de Valores ao decidir abrir capital para novos investidores. A empresa é controlada por dois fundos de investimento, o GVT Holand BV, da Holanda, e o Swarth Group, composto por investidores europeus e norte-americanos.
De cada cem usuários de linhas da GVT, 73 também contratam pacotes que incluem o serviço de transmissão de dados pela internet de alta velocidade, o que, segundo a GVT, dá à companhia o maior índice de penetração de banda larga entre os clientes do varejo das operadoras de telefonia do país.


Colaborou a Agência Folha


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