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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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O QUE É QUE ELES TÊM

Performance foi melhor que a do Brasil nos últimos cinco anos

Capacidade de pagar destaca Rússia

DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento constante da economia a partir de 99, a melhoria da situação fiscal e os bons resultados no setor externo são os principais fatores que diferenciam a Rússia do Brasil.
São esses elementos que permitiram a concessão do "grau de investimento" àquele país pela Moody's, apesar da moratória decretada em 98, diz Arturo Porzecanski, responsável pela área de mercados emergentes do ABN-Amro em Nova York.
Segundo ele, nos últimos cinco anos o Brasil apresentou performance pior que a da Rússia em todos os indicadores macroeconômicos relevantes, o que justificaria uma nota inferior pela agência de risco.
A diferença mais relevante é que a Rússia demonstra hoje uma grande capacidade de pagamento de seus compromissos externos, por gerar um volume expressivo de recursos em dólares. O país também consome uma parcela menor de sua receita com o pagamento de juros da dívida e conseguiu reduzir a relação de seu endividamento em relação ao PIB.
Porzecanski diz que há diferenças entre o "default" russo de 98 e o da Argentina de 2001. A suspensão dos pagamentos, diz, só atingiu parte da dívida interna e papéis que haviam sido emitidos pela ex-URSS.
Enquanto a Rússia cresceu entre 4,9% e 9,1% nos últimos cinco anos, o PIB brasileiro teve comportamento errático e em seu melhor momento, em 2000, subiu 4,36%. Quanto maior o crescimento, maior a geração de receita pelo país e menor a relação dívida/PIB. Na Rússia, esse indicador passou de 83,3% em 99 para 38,2% agora.
(CLÁUDIA TREVISAN)


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