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Genoino condena "arroubo" sobre o tema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PT,
José Genoino, cobrou ontem o
fim de "alguns arroubos" da bancada de deputados federais do
partido no caso da liberação, com
restrições, do plantio de soja geneticamente modificada na atual
safra agrícola.
Ele se referiu particularmente à
nota divulgada pelo deputado Orlando Desconsi (RS) que ataca a
indicação do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) para a relatoria da
medida provisória sobre o tema.
"Alguns arroubos da bancada
têm que diminuir. A carta do Orlando não tem sentido, aquilo é
inaceitável, tem que ser retirada"
afirmou Genoino, que não falou,
porém, em punição.
Desconsi faz parte da ala petista
contrária à liberação da soja
transgênica. Pimenta é favorável.
Na nota, entre outras coisas,
Desconsi questiona a independência de quem teria sido "ciceroneado pelos norte-americanos".
Pimenta viajou em junho, com
outros seis deputados e outros
nove convidados, aos EUA e à
África do Sul para acompanhar
experiências com transgênicos, a
convite da Monsanto e da Embaixada dos Estados Unidos.
"A MP tem de ser discutida com
racionalidade. Podemos melhorar a MP e tem o projeto de lei que
regula o tema", afirmou Genoino.
Desconsi disse que não vai retirar a nota. Ele afirmou que o núcleo agrário do partido está sendo
desrespeitado pelo governo. "Pedimos uma audiência na Casa Civil há algum tempo e até hoje não
recebemos resposta", disse.
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, deve dar em
dez dias uma parecer sobre a
constitucionalidade da medida
provisória que permitiu, com restrições, o plantio de soja transgênica na atual safra . O pedido foi
feito ontem pela ministra Ellen
Gracie, relatora do caso na STF.
Depoimento na PF
Os membros da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) que assinaram o parecer que autorizou, em 2000, a entrada no país de milho transgênico importado da Argentina receberam nesta semana intimação
para depor num inquérito que
corre na Polícia Federal.
A CTNBio é acusada de ter desrespeitado decisão judicial que
proibia a liberação da comercialização de transgênicos sem estudos de impacto ambiental.
A então presidente da comissão,
Leila Oda, disse que a liberação da
importação aconteceu antes de a
CTNBio e o Ministério da Ciência
e Tecnologia serem notificados da
decisão. A comissão é subordinada à Ciência e Tecnologia. Oda
não foi intimada, pois prestou depoimento no ano passado.
Segundo a assessoria de imprensa da comissão, a CTNBio liberou a entrada do milho argentino no Brasil em 30 de junho de
2000. No mesmo dia, a 6ª Vara do
Tribunal Regional Federal decidiu que a comissão não poderia
autorizar a comercialização de
transgênicos sem a existência de
estudos de impacto ambiental.
Ainda segundo a CTNBio, a comissão só foi notificada da decisão depois de já ter aprovado o
comunicado e tê-lo publicado no
"Diário Oficial" da União. Desde
a notificação judicial, a comissão
não autorizou a comercialização
de nenhum transgênico no país.
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