São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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Desinformação impede que 12 mil usuários paguem menos por energia

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 12 mil empresas e edifícios comerciais de São Paulo poderiam pagar menos pela energia elétrica. É o que afirma a Funpec (Fundação de Pesquisas Científicas), de Ribeirão Preto, que presta consultoria nesta área a cerca de cem edifícios da capital.
Segundo o diretor da fundação, Hermes Mendes, grandes consumidores são atendidos com energia em baixa tensão, quando poderiam receber de média tensão -de tarifa menor. Eles não aproveitam o benefício, na avaliação dele, por desinformação.
O executivo diz que a resolução 456 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) obriga as concessionárias a orientar o consumidor quanto à melhor tarifa. ""Esse item da resolução não é cumprido pelas concessionárias em geral. Se o cliente perguntar, elas informam, mas não tomam a iniciativa, por não ser do interesse delas", afirmou. A Eletropaulo nega a acusação.
Segundo o diretor, 12 mil usuários -condomínios comerciais, hotéis e outras empresas- pagam mais do que deveriam por não estarem enquadrados como grandes consumidores (grupo A) na Eletropaulo. Com pequenos investimentos poderiam reduzir a conta em, no mínimo, 20%.
A fundação nasceu há 21 anos, na Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, voltada para pesquisas de biogenética. Há cinco anos, com a privatização dos serviços públicos, a entidade também vislumbrou um novo campo de trabalho e voltou-se para o que chama de ""área de entendimentos sociais". Seu foco atual é a consultoria para redução de gastos com energia elétrica.
Outras empresas disputam o mesmo filão, como a Vita Lux. Os consultores instalam os equipamentos e são remunerados com uma parcela da economia obtida pelo cliente que, no caso da Funpec, é de 50% durante 12 meses.
Entre os condomínios atendidos pela Funpec está o Edifício Martinelli, no centro da cidade. Segundo o administrador do prédio, Walter Camargo, a conta de energia do condomínio (referente às áreas comuns do prédio) era de R$ 20 mil por mês no final de 2003 e baixou 25% com o reenquadramento tarifário na Eletropaulo e outras medidas de racionalização.
No Condomínio Edifício Pedra Grande (zona oeste), a economia na utilização do ar-condicionado chegou a mais de R$ 6.000 por mês -a conta de energia anterior passava de R$ 30 mil por mês.


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