São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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Espanhóis têm 2ª onda de investimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

Primeiro chegaram Telefónica de España e Santander, que pagaram um valor considerado alto para comprar seu espaço no país, com a privatização da Telesp e do Banespa, em 1998 e 2000. Agora, os espanhóis falam numa segunda onda de aporte no Brasil, cujo maior investimento será a compra do Real por US$ 17 bilhões, também pelo Santander.
Como um todo, o Santander prevê investir US$ 27 bilhões nos próximos anos e a Telefônica, outros US$ 7 bilhões até 2010.
À frente de estratégias muitas vezes consideradas agressivas, os espanhóis que aportaram no país optaram por trabalhar sozinhos, sem contratar serviços terceirizados de consultoria. Chegaram com a diretoria pronta antes de recrutar talentos locais.
Segundo Nuria Ponte, gerente-geral da Câmara de Comércio Brasil-Espanha, os espanhóis "não medem dinheiro" nas disputas. Olham o quanto podem pagar, e não o que a concorrência vai desembolsar, diz ela. Foi o que aconteceu em novembro de 2000, quando o Santander fez lance de R$ 7,05 bilhões pelo Banespa, enquanto o Unibanco, segundo colocado, deu R$ 2,1 bilhões. "O Brasil não é mais visto como país da promessa, mas da realidade", disse ela.
O advogado Fábio Mortari, também da Câmara, afirma que um dos maiores trabalhos que tem é convencer o cliente a dividir o risco com parceiros.
Um dos países mais atrasados da Comunidade Européia até os anos 80, a Espanha foi depois também o que mais rápido se desenvolveu, investindo pesado em infra-estrutura até se tornar um mercado visto como maduro, com oportunidades limitadas de crescimento. Atingido esse teto, as empresas se dirigiram para a América hispânica, especialmente México, Chile e Argentina.
Com o fim da inflação, viram no Brasil um segundo mercado para sua expansão. A Espanha já é o segundo maior investidor estrangeiro no país, atrás só dos EUA. Os espanhóis já aportaram US$ 33 bilhões no país, segundo a Câmara Brasil-Espanha.
(TONI SCIARRETTA)


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