|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Espanhóis têm 2ª onda de investimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro chegaram Telefónica de España e Santander, que pagaram um
valor considerado alto para comprar seu espaço no
país, com a privatização da
Telesp e do Banespa, em
1998 e 2000. Agora, os espanhóis falam numa segunda onda de aporte no
Brasil, cujo maior investimento será a compra do
Real por US$ 17 bilhões,
também pelo Santander.
Como um todo, o Santander prevê investir US$
27 bilhões nos próximos
anos e a Telefônica, outros
US$ 7 bilhões até 2010.
À frente de estratégias
muitas vezes consideradas
agressivas, os espanhóis
que aportaram no país optaram por trabalhar sozinhos, sem contratar serviços terceirizados de consultoria. Chegaram com a
diretoria pronta antes de
recrutar talentos locais.
Segundo Nuria Ponte,
gerente-geral da Câmara
de Comércio Brasil-Espanha, os espanhóis "não
medem dinheiro" nas disputas. Olham o quanto podem pagar, e não o que a
concorrência vai desembolsar, diz ela. Foi o que
aconteceu em novembro
de 2000, quando o Santander fez lance de R$ 7,05 bilhões pelo Banespa, enquanto o Unibanco, segundo colocado, deu R$
2,1 bilhões. "O Brasil não é
mais visto como país da
promessa, mas da realidade", disse ela.
O advogado Fábio Mortari, também da Câmara,
afirma que um dos maiores trabalhos que tem é
convencer o cliente a dividir o risco com parceiros.
Um dos países mais
atrasados da Comunidade
Européia até os anos 80, a
Espanha foi depois também o que mais rápido se
desenvolveu, investindo
pesado em infra-estrutura
até se tornar um mercado
visto como maduro, com
oportunidades limitadas
de crescimento. Atingido
esse teto, as empresas se
dirigiram para a América
hispânica, especialmente
México, Chile e Argentina.
Com o fim da inflação,
viram no Brasil um segundo mercado para sua expansão. A Espanha já é o
segundo maior investidor
estrangeiro no país, atrás
só dos EUA. Os espanhóis
já aportaram US$ 33 bilhões no país, segundo a
Câmara Brasil-Espanha.
(TONI SCIARRETTA)
Texto Anterior: No PR, governo e concessionária vivem conflitos Próximo Texto: Analistas divergem sobre modelo de concessão de rodovias Índice
|