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Após menos de dois anos, TAM volta a trocar presidente
Empresa anuncia saída de David Barioni e nomeia vice de Finanças como interino
Para analistas, decisão foi desencadeada com a entrada do banco BTG na gestão da holding e com resultado financeiro abaixo do esperado
Leonardo Wen - 23.abr.09/Folha Imagem
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David Barioni Neto, que comandou a TAM por quase 2 anos, junto a avião da empresa em Congonhas
DA REPORTAGEM LOCAL
O comandante David Barioni
Neto não é mais presidente da
TAM, a maior companhia aérea
do país. Em seu lugar assume
interinamente o vice-presidente de Finanças, Líbano Miranda Barroso, que está na diretoria da companhia desde 2004.
No comunicado, a TAM informa que Barioni deixa a presidência, e a empresa, por decisão própria. Analistas consultados pela Folha dizem que ele
não tinha outra opção.
Barioni foi tirado da Gol pela
família Amaro, controladora da
TAM, para assumir a presidência da companhia em novembro de 2007. Seu antecessor,
Marco Antonio Bologna, tinha
levado a empresa a resultados
financeiros consistentes, mas a
empresa perdeu em qualidade
de serviço e ainda teve de enfrentar o acidente no aeroporto
de Congonhas, em São Paulo,
em julho de 2007, sem contar a
crise dos aeroportos, em 2006.
Bologna deixou o comando da
TAM, mas continuou no Conselho de Administração.
Em seu lugar na presidência,
Barioni decidiu turbinar a qualidade do serviço, diferencial da
TAM, e promover a expansão
da companhia com mais rotas
internacionais. A crise financeira, que estourou no segundo
semestre do ano passado, atrapalhou seus planos.
O preço do combustível, cotado em dólar, elevou os custos,
e os resultados financeiros foram ruins. Em 2008, a TAM teve prejuízo de R$ 1,3 bilhão,
após fortes perdas com operações de hedge de combustível e
a depreciação do real diante do
dólar em razão da crise.
No primeiro trimestre de
2009, o lucro líquido da companhia foi de apenas R$ 56 milhões e no trimestre seguinte o
resultado também esteve abaixo das expectativas.
Mudanças no horizonte
Em julho, a família Amaro
contratou o BTG, banco de André Esteves, para administrar a
TEP (holding que concentra o
patrimônio da família) e assessorar a TAM em seu plano futuro de expansão. Desde então,
André Esteves e Marco Antônio Bologna passaram a representar a família diante do Conselho de Administração.
Já naquele momento, estava
sendo considerada pela família
e pelo Conselho a troca de comando da empresa. No centro
dessa discussão estava a diferença de gestão entre Bologna,
que presidiu a TAM entre 2004
e 2007, e Barioni.
Bologna focou sua gestão em
resultados financeiros. Barioni
decidiu priorizar aspectos operacionais. Seu plano de gerar
receita com os voos internacionais acabou comprometendo
sua gestão. O revés derradeiro
foi a decisão da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) de liberar as tarifas dos voos internacionais. Em seu favor, Barioni contou com a decisão de trocar, antecipadamente, os pitots
dos jatos Airbus da frota da
TAM. Esse equipamento teria
provocado o acidente da Air
France, em junho.
A relação da TAM com sócios
do BTG vem desde a época em
que eles comandavam o banco
Pactual -que fez a abertura de
capital da empresa, em 2005.
Pelo contrato com a TAM, o
BTG não participa do capital,
mas é remunerado integralmente conforme a performance de suas ações no mercado.
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