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COMÉRCIO
Ministro critica negociação
Dulci diz que EUA não têm posição na Alca
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse
que os Estados Unidos ainda não
tiveram uma "postura" de negociação na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), ao contrário do que ocorre quando estão
em negociações comerciais com
países de outros continentes.
"Os EUA têm postura de negociação com os países asiáticos,
com a União Européia, mas não
têm postura verdadeira de negociação com os países da América
do Sul. Muitas vezes são impostas
as decisões", afirmou.
Dulci debateu a Alca no Fórum
Social Brasileiro, em um painel
promovido pela CUT (Central
Única dos Trabalhadores), no sábado. Ele disse que "o governo
brasileiro é dependente" de parceiros nessa negociação com Estados Unidos e Canadá e, por isso,
vai continuar negociando com os
países do Mercosul (a área de livre
comércio da América do Sul) para se fortalecer.
"[Sem os parceiros] a margem
de manobra é pequena. Então estamos somando forças", afirmou.
"Se os EUA não fizerem concessões importantes para os países
da Alca, não haverá Alca. E o nosso governo não vai entregar o futuro do país em benefício de interesses comerciais imediatos, por
mais legítimos que eles sejam."
O ministro não quis comentar a
negociação dos últimos dias entre
Brasil e EUA sobre o tema, nas
quais o governo brasileiro retirou
a questão agrícola da pauta da Alca para facilitar o entendimento,
para continuar debatendo o tema
na OMC (Organização Mundial
do Comércio).
"Não quero opinar sobre tática
de negociação sem saber o que
ocorreu lá", disse ele.
No debate, Dulci disse: "Se não
houver Alca, não terá sido por intransigência do governo brasileiro. Terá sido porque os norte-americanos não quiseram fazer
uma verdadeira negociação. Terá
sido por intransigência negocial
dos EUA e do Canadá".
Segundo Dulci, o governo brasileiro não abandonará as discussões, como querem os movimentos sociais. A posição do Brasil é
negociar "até o fim", disse, ao justificar que "não se trata de uma
questão ideológica, trata-se de
uma questão comercial".
No fórum, foi lançada campanha pelo plebiscito da Alca, que
seria realizado com as eleições
municipais de 2004. Projeto sobre
o tema tramita no Congresso.
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