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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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COMÉRCIO

Ministro critica negociação

Dulci diz que EUA não têm posição na Alca

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse que os Estados Unidos ainda não tiveram uma "postura" de negociação na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), ao contrário do que ocorre quando estão em negociações comerciais com países de outros continentes.
"Os EUA têm postura de negociação com os países asiáticos, com a União Européia, mas não têm postura verdadeira de negociação com os países da América do Sul. Muitas vezes são impostas as decisões", afirmou.
Dulci debateu a Alca no Fórum Social Brasileiro, em um painel promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), no sábado. Ele disse que "o governo brasileiro é dependente" de parceiros nessa negociação com Estados Unidos e Canadá e, por isso, vai continuar negociando com os países do Mercosul (a área de livre comércio da América do Sul) para se fortalecer.
"[Sem os parceiros] a margem de manobra é pequena. Então estamos somando forças", afirmou.
"Se os EUA não fizerem concessões importantes para os países da Alca, não haverá Alca. E o nosso governo não vai entregar o futuro do país em benefício de interesses comerciais imediatos, por mais legítimos que eles sejam."
O ministro não quis comentar a negociação dos últimos dias entre Brasil e EUA sobre o tema, nas quais o governo brasileiro retirou a questão agrícola da pauta da Alca para facilitar o entendimento, para continuar debatendo o tema na OMC (Organização Mundial do Comércio).
"Não quero opinar sobre tática de negociação sem saber o que ocorreu lá", disse ele.
No debate, Dulci disse: "Se não houver Alca, não terá sido por intransigência do governo brasileiro. Terá sido porque os norte-americanos não quiseram fazer uma verdadeira negociação. Terá sido por intransigência negocial dos EUA e do Canadá".
Segundo Dulci, o governo brasileiro não abandonará as discussões, como querem os movimentos sociais. A posição do Brasil é negociar "até o fim", disse, ao justificar que "não se trata de uma questão ideológica, trata-se de uma questão comercial".
No fórum, foi lançada campanha pelo plebiscito da Alca, que seria realizado com as eleições municipais de 2004. Projeto sobre o tema tramita no Congresso.



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