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INVESTIMENTOS
Captação de fundos cresce mais de 62% no ano; para analistas, motivos são dúvida sobre aposentadoria e marketing
Reforma impulsiona previdência privada
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano da reforma da Previdência, o trabalhador passou a se
preocupar mais com a aposentadoria. As dúvidas sobre as novas
regras ajudaram a engordar as receitas da previdência privada.
Nos primeiros nove meses deste
ano, as receitas dos planos de previdência privada tiveram crescimento de mais de 62% em relação
ao mesmo período de 2002.
Neste ano, até setembro, foram
depositados R$ 9,84 bilhões nas
carteiras de bancos e seguradoras
que vendem planos de previdência privada. A cifra é maior que
toda a captação de 2002, que ficou
em R$ 9,80 bilhões.
"Dois pontos foram fundamentais para esse grande crescimento:
o medo com a reforma da Previdência e o marketing competente
feito pelas instituições financeiras
para aproveitar o momento e vender seus produtos", diz William
Eid, coordenador do centro de estudos em finanças da FGV-SP.
Com esse aumento, o patrimônio dos fundos de previdência representava, no final de outubro,
4,08% de toda a indústria de fundos. No início de 2002, essa modalidade respondia por 1,48% do total. Dados da Anbid (Associação
Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que o patrimônio líquido dos fundos saltou de
R$ 10,3 bilhões no fim do ano passado para R$ 19 bilhões.
Para Edson Franco, diretor da
Anapp (Associação Nacional da
Previdência Privada), "o potencial de brasileiros para comprar
planos de previdência" ainda é
muito elevado. "O setor está longe
de atingir sua maturidade."
A criação do VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), há um
ano, ajudou a atrair novas pessoas
para os planos de previdência. O
VGBL é destinado a profissionais
liberais, trabalhadores informais
e contribuintes que usam a declaração simplificada do Imposto de
Renda. Esses trabalhadores não se
beneficiavam dos incentivos fiscais dados aos que aplicam em
um PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres). No VGBL, o poupador não pode abater os depósitos da renda bruta, mas o IR só incide sobre o rendimento.
"Neste ano, o VGBL representou cerca de 42% do que foi captado", afirma Hosannah dos Santos, diretor de vida e previdência
do Unibanco AIG.
Alerta
Analistas aconselham os potenciais consumidores a traçar bem o
perfil do que querem quando procuram um plano de previdência.
É preciso definir se o dinheiro se
destina a formar poupança para o
futuro ou uma reserva para emergências. E atentar para as taxas de
administração e o IR.
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