São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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MERCADO ABERTO

Loyola ataca propostas de Dilma

O ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola, ficou inconformado com as declarações da ministra Dilma Rousseff a favor do cumprimento neste ano e em 2006 do superávit primário de 4,25% do PIB. A Fazenda defende um superávit maior.
"A entrevista da ministra Dilma Rousseff é uma das coisas mais esdrúxulas ditas por um ministro de Estado no campo da economia", diz Loyola, em artigo para os clientes da Tendências intitulado "Fogo muy amigo".
Loyola chama a atenção, em seu artigo, para a queda-de-braço entre Dilma e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. "Além da absoluta incompreensão dos fundamentos de uma política fiscal de longo prazo, a ministra Dilma Rousseff atirou abertamente contra suas próprias linhas ao insistir no superávit de 4,25%, quando é notório que o Ministério da Fazenda está perseguindo um percentual maior", afirma Loyola.
O ex-presidente do BC também ataca o governo Lula, chamando-o de confuso. Loyola considerou um absurdo o fato de, recentemente, a ministra Dilma ter declarado ser favorável a uma inflação de 15% ao ano, desde que isso viabilizasse o aumento dos investimentos públicos. "Essa é mais uma prova de que o ministro Palocci e seus comandados enfrentam resistências internas, numa marca característica do confuso governo Lula", afirma.
Loyola acha, no entanto, que são baixas as chances de as propostas defendidas por Rousseff para a política econômica obterem êxito. "Não é provável, contudo, que tais excentricidades [as idéias defendidas por Rousseff] venham a afetar a política econômica, até porque é nessa área que o governo Lula vem obtendo um de seus raros sucessos, até quando se colocam em perspectiva as eleições de 2006", diz o ex-BC.

FRASE

[Dilma Rousseff mostrou] absoluta incompreensão dos fundamentos de uma política fiscal de longo prazo

PARCERIA SUBMARINA
O governo da Bahia desembarca em peso em SP, amanhã, para vender, na Abdib, seu projeto de PPP a investidores em construção civil e infra-estrutura. Trata-se do segundo emissário submarino de Salvador, que terá financiamento da Caixa Econômica Federal e assessoria da KPMG.

NOVO MANDATO
Heron do Carmo (USP) foi reeleito presidente do Conselho Regional de Economia de SP para 2006. Foi a primeira vez que economistas de todo o Estado escolheram diretamente presidente e diretores da entidade.

CENTRO ÚNICO
Respaldada pelo resultado de seu primeiro empreendimento em São Paulo, a construtora baiana IMC (International Medical Center) já começou a erguer uma segunda unidade na cidade, em Campo Belo, que deve ser inaugurado em setembro de 2006. A empresa, que se inspirou em modelos existentes nos EUA e na Europa para construir complexos destinados a abrigar serviços de saúde, como hospitais, clínicas e laboratórios, entre outros, já negociou 98% da unidade lançada em junho em Higienópolis, na capital paulista. "O novo complexo [com área total de 22 mil m2] terá um hospital dia e um pronto-atendimento administrados pelo hospital Oswaldo Cruz", diz Fabio Navajas, diretor do IMC. Ele estima que o investimento chegará a R$ 80 milhões.

TOQUE BRASILEIRO
Pela primeira vez, um brasileiro assume a presidência da Kodak para a América Latina. O engenheiro Milton Maretti substitui o mexicano Jorge Córdova. Há 26 anos na empresa, Maretti ocupou diversos cargos na área de recursos humanos. Ele deve acumular a função de diretor de RH para a região. A subsidiária da Kodak no Brasil está sob o comando de Sergio Falcon, que assumiu no fim de outubro.

CEREAL NO AR
O mercado de barras de cereais tem crescido na esteira do aumento do interesse da população por uma alimentação saudável. Em 1998, quando os primeiros produtos foram lançados, o consumo era de 80 milhões de unidades/ano. Em 2005, a previsão é chegar a 465 milhões, segundo a Abia (associação da indústria da alimentação). Sob esse cenário, a brasileira United Mills, dona da marca Trio, investe no lançamento de produtos para enfrentar as barras de chocolate. "As fábricas [de chocolate] nos vêem como adversários. Nos supermercados, as barras começam a ser colocadas ao lado dos chocolates, e isso aumenta nossas vendas", diz Mário de Oliveira, presidente da empresa.

HOMENAGEM
A Suzano realiza no próximo dia 22, na Casa Fasano, uma homenagem pelos 30 anos de trabalho de Boris Tabacof, diretor do grupo e do Ciesp.

PARA EXPORTAR
Conselheiros do FAT e da Finep selaram ontem a liberação de R$ 8,5 milhões para a Vinícola Miolo. Os recursos serão usados na base exportadora da empresa.

VENDA RÁPIDA
Crescente pólo empresarial em São Paulo, a região da Berrini também tem atraído moradores. Após venderem em duas semanas os 168 apartamentos de um empreendimento residencial de alto padrão na região -60% no primeiro dia-, a incorporadora Tishman Speyer e a construtora Company anteciparam para este mês o lançamento da segunda fase do projeto, antes programado para abril de 2006.

EQUILIBRISTAS
O Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) decidiu os nomes dos profissionais indicados para concorrer ao prêmio "O Executivo de Finanças do Ano - O Equilibrista". São Britaldo Pedrosa Soares, vice-presidente de finanças e de RI do grupo AES Eletropaulo, e Fábio Schvartsman, diretor financeiro e de RI da Ultrapar Participações. O nome do vencedor será anunciado no próximo dia 24.


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