São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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Governo anuncia medidas para reduzir tributos ainda neste ano, diz Mantega

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciará, ainda neste ano, medidas que reduzirão o peso dos impostos para parte do setor produtivo e novos investimentos.
Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o novo programa de ajuste econômico, elaborado pela Fazenda em conjunto com os ministérios do Desenvolvimento e do Planejamento, contenha mudanças para serem implementadas já.
Segundo a Folha apurou, essa é uma estratégia para neutralizar o desânimo dos empresários com os indicadores recentes da indústria, que devem levar os analistas a reduzirem suas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano, para perto de 3% ou mesmo menos.
"Setembro foi decepcionante. Mas percebemos aceleração forte da atividade econômica. Devemos ter um Natal muito mais robusto do que no ano passado", afirmou o ministro Mantega, mais otimista que o varejo e a indústria.
Para 2007, a ordem de Lula é criar condições para um crescimento de 5%, isso sem comprometer a inflação ou elevar o arrocho fiscal. "Não tem aumento de superávit [primário, economia feita para pagar juros]", disse Mantega, que, para começar a fechar a equação, reuniu-se ontem com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).
Na semana que vem, será apresentado ao presidente o esboço do programa, que deverá estar pronto até o final do mês. A idéia, disse Mantega, é casar um plano de desoneração de tributos com o de ajuste nas despesas e receitas da União.
"Vai haver uma conexão direta entre a economia no programa fiscal e a desoneração tributária. Vou tirar R$ 5 bilhões de arrecadação? Em razão disso, preciso de redução de despesa de R$ 5 bilhões", explicou. "Vamos fazer um programa sério de desoneração de longo prazo. Ele é sustentável porque é baseado num programa fiscal que será feito no curto, médio e longo prazo."
O programa começará a ser implementado neste ano, mas deverá abranger um período maior do que o segundo mandato do presidente. "É para garantir um crescimento de 5% ao ano, ao longo dos próximos anos no país. E já em 2007."
Mantega diz que ainda não é possível listar os segmentos que serão beneficiados porque poderá haver modificações. No entanto, sabe-se que a base do programa são os setores mais dinâmicos e que empregam muita mão-de-obra, como a construção civil, e os que enfrentam dificuldades em função de alta nos custos de produção, como o exportador.


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