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Governo anuncia medidas para reduzir tributos ainda neste ano, diz Mantega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anunciará, ainda
neste ano, medidas que reduzirão o peso dos impostos para
parte do setor produtivo e novos investimentos.
Segundo o ministro Guido
Mantega (Fazenda), o próprio
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva determinou que o novo
programa de ajuste econômico,
elaborado pela Fazenda em
conjunto com os ministérios do
Desenvolvimento e do Planejamento, contenha mudanças
para serem implementadas já.
Segundo a Folha apurou, essa é uma estratégia para neutralizar o desânimo dos empresários com os indicadores recentes da indústria, que devem
levar os analistas a reduzirem
suas previsões de crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano, para perto de 3%
ou mesmo menos.
"Setembro foi decepcionante. Mas percebemos aceleração
forte da atividade econômica.
Devemos ter um Natal muito
mais robusto do que no ano
passado", afirmou o ministro
Mantega, mais otimista que o
varejo e a indústria.
Para 2007, a ordem de Lula é
criar condições para um crescimento de 5%, isso sem comprometer a inflação ou elevar o
arrocho fiscal. "Não tem aumento de superávit [primário,
economia feita para pagar juros]", disse Mantega, que, para
começar a fechar a equação,
reuniu-se ontem com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).
Na semana que vem, será
apresentado ao presidente o
esboço do programa, que deverá estar pronto até o final do
mês. A idéia, disse Mantega, é
casar um plano de desoneração
de tributos com o de ajuste nas
despesas e receitas da União.
"Vai haver uma conexão direta entre a economia no programa fiscal e a desoneração
tributária. Vou tirar R$ 5 bilhões de arrecadação? Em razão disso, preciso de redução
de despesa de R$ 5 bilhões", explicou. "Vamos fazer um programa sério de desoneração de
longo prazo. Ele é sustentável
porque é baseado num programa fiscal que será feito no curto, médio e longo prazo."
O programa começará a ser
implementado neste ano, mas
deverá abranger um período
maior do que o segundo mandato do presidente. "É para garantir um crescimento de 5%
ao ano, ao longo dos próximos
anos no país. E já em 2007."
Mantega diz que ainda não é
possível listar os segmentos
que serão beneficiados porque
poderá haver modificações. No
entanto, sabe-se que a base do
programa são os setores mais
dinâmicos e que empregam
muita mão-de-obra, como a
construção civil, e os que enfrentam dificuldades em função de alta nos custos de produção, como o exportador.
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