Bolsas voltam a sofrer perdas no mercado externo

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A valorização das ações da Petrobras nos últimos dois pregões evitou que a Bolsa de Valores de São Paulo encerrasse a semana em queda. O índice Ibovespa, o mais relevante do mercado doméstico, teve alta de 0,42% na semana. No pregão de ontem, os ganhos ficaram em 1,19%.
Ontem, os pregões voltaram a ser ruins na Europa e nos EUA, ampliando as perdas semanais. Os investidores continuam pessimistas com o setor bancário, em decorrência do impacto negativo que a crise do setor de crédito imobiliário de alto risco dos EUA provocou nos balanços do terceiro trimestre. Houve até boatos no mercado de que o britânico Barclays anunciaria fortes perdas devido à crise imobiliária.
As ações de bancos estiveram entre os destaques de queda na Europa. As ações do Royal Bank of Scotland recuaram 2,95%, seguidas pelos papéis do Barclays (-2,42%) e do Lloyds TSB (-1,86%).
A Bolsa de Londres sofreu perdas de 1,21% ontem e de 3,5% na semana.
O mercado acionário europeu recuou para seu mais baixo nível em sete semanas. O índice FTSEurofirst 300 -composto pelas ações das maiores companhias européias- tem baixa de 5,3% acumulada neste mês.
Nos Estados Unidos, o dia fraco derrubou os mercados novamente: queda de 1,69% para o Dow Jones e de 2,52% na Nasdaq.
Os papéis das companhias de tecnologia começaram a sentir mais fortemente a crise nos últimos dias, com analistas projetando reflexos negativos para os resultados do setor. Tanto que a Bolsa eletrônica Nasdaq desabou 6,5% na semana.
Apesar da piora dos últimos dias, o dólar tem se mantido em baixos níveis no mercado de câmbio brasileiro.
Ontem, o dólar teve leve elevação de 0,17% diante do real, vendido a R$ 1,746. Mas na semana a moeda registrou recuo de 0,11%.
O contínuo ingresso de recursos no mercado brasileiro, somado à baixa demanda pela moeda estrangeira, tem evitado que haja uma apreciação do dólar. Dessa forma, mesmo os leilões diários de compra de moeda estrangeira realizados pelo Banco Central não têm conseguido elevar sua cotação.
Com a retomada das compras de divisas no mercado pelo BC, as reservas internacionais brasileiras já romperam o teto de US$ 170 bilhões.

Ações
Apesar da alta do Ibovespa -índice que acompanha a oscilação das 63 ações mais negociadas-, as baixas predominaram na Bolsa na semana. Foram computadas apenas 14 altas no período entre os papéis do Ibovespa, contra 49 quedas.
As ações da Petrobras destoaram do ritmo mais morno do mercado e dispararam 17,45% (ordinárias) e 14,27% (preferenciais) na semana.
Nas maiores perdas do período, apareceram Cosan ON, com recuo de 12,09%, e TIM Participações ON, que se depreciou em 12,04%.
No pregão de ontem, as ações ON da Bovespa Holding voltaram a chamar a atenção, registrando o segundo maior giro do dia e marcando alta de 8,82%.


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