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Efromovich, da OceanAir, tem estaleiro que constrói plataformas de petróleo
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Confirmada a integração da
BRA à OceanAir, German Efromovich, 57, consolida seu projeto no campo da aviação comercial e, especula-se, logo
passaria a ter uma fatia de mercado de cerca de 5% nos vôos
aéreos nacionais.
Proprietário dos estaleiros
Marítima e Eisa, que atuam
construindo plataformas de petróleo, esse boliviano naturalizado brasileiro em 1968 falou à
Folha, por telefone, e reclamou do "duopólio", cenário em
que restariam apenas duas
grandes empresas aéreas no
Brasil, a TAM e a Gol/Varig.
Pouco antes de concretizada
a incorporação, Efromovich se
dizia conversando com as autoridades do setor para, a partir
de ontem, conseguir um acordo em que a OceanAir assumisse a parte aérea dos pacotes da
operadora PNX, ligada à BRA.
Mas admitiu que também
examinava a hipótese de "fretar os aviões deles e acertar
com as empresas de leasing".
"Não estamos aqui para jogar
pedra, mas sim para ajudar",
disse anteontem Efromovich,
com sua proverbial capacidade
de negociação. Disse que, atendendo às recomendações da
Anac, transportava os passageiros da BRA "não só na volta,
mas na ida e no meio também".
Passadas 24 horas, Efromovich ganhou a parada -e recebe do governo federal as rotas e
a frota da BRA, que, combalida,
parou de voar contando com
apenas cinco Boeings-737.
"Temos aviões suficientes
para assumir os pacotes da
PNX", disse o empresário ao
listar sua frota no Brasil: "A
OceanAir tem 13 [Fokker-100]
Mk28, um Boeing-767, outro
Boeing-767 chegando nos próximos dez dias, um Boeing-757
chegando nos próximos dias,
cinco Fokker-50 e seis Brasília
[da Embraer]."
Apesar de não contar agora
com uma frota de última geração, a empresa aérea que Efromovich está engendrando já
tem uma musculatura considerável. Além da OceanAir, com
1.400 funcionários, o empresário controla, no setor aéreo, o
grupo sul-americano Sinergy,
cujo faturamento anual é de
US$ 3,7 bilhões -e que engloba
a Avianca, companhia aérea colombiana fundada em 1919, a
segunda mais antiga do no
mundo, mais nova apenas três
meses que a holandesa KLM.
Expansão
Antes mesmo de assumir as
rotas e a frota da BRA, Efromovich planejava a expansão da
OceanAir no Brasil, almejando
uma fatia do mercado nacional
de 15% até 2010.
No mercado internacional,
que para vôos de longa distância depende de aviões maiores e
com mais autonomia que o
Boeing-737 e o Fokker-100, a
OceanAir já estava voando para
a Cidade do México desde outubro e deve passar a operar a
rota para Luanda (Angola) nos
próximos dias, no início de dezembro. A OceanAir também
aguarda a autorização para
voar a Buenos Aires.
Crítico da legislação que limita em 20% a participação estrangeira nas empresas brasileiras de aviação, Efromovich é
bem-visto nos "headquarters"
da gigante American Airlines,
em Dallas-Forthwort.
Foi lá que, em 2006, o empresário comprou 29 jatos F-100/
Mk28, além de toda a infra-estrutura de manutenção desses
aviões e simuladores de vôo.
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