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Revisão eleva alta do PIB de 2005 para 3,2%
Mudança no cálculo do setor de serviços é principal responsável pelo aumento da taxa, que era de 2,9%, segundo o IBGE
Crescimento médio anual nos três primeiros anos de Lula foi de 3,3%, ante 2,8%
dos três últimos anos do governo Fernando Henrique
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Revisão dos dados do PIB
(Produto Interno Bruto) de
2005 elevou a variação verificada naquele ano para 3,2%,
maior do que a taxa de 2,9%
anunciada preliminarmente
em março, anunciou ontem o
IBGE. Apesar do aumento, o
crescimento da economia em
2005 continuou abaixo do verificado em 2004, quando a variação chegou a 5,7%.
A revisão dos dados acontece
porque, quando o instituto divulgou, em março, dados referentes a 2005, algumas pesquisas anuais de setores específicos da economia e outros dados
usados no cálculo final, como
os de Imposto de Renda da pessoa jurídica, ainda não estavam
prontos.
Essa mais recente revisão já
foi realizada de acordo com a
nova metodologia de estimativa do PIB, que modificou o peso
de alguns setores e incluiu na
base de dados para esse cálculo
pesquisas que antes não eram
consideradas. A última taxa de
2005 divulgada com a metodologia antiga indicava um crescimento de 2,3%.
Com essa nova revisão do
PIB, o crescimento médio
anual verificado nos três primeiros anos do governo Lula
(2003, 2004 e 2005) foi de
3,3%. O crescimento médio
anual nos três últimos anos do
governo FHC (2000, 2001 e
2002) ficou em 2,8%.
As atividades que sofreram
maior variação dos dados preliminares, divulgados em março,
para os definitivos, anunciados
ontem, foram a agropecuária e
a de serviços. No caso da agropecuária, a revisão do crescimento foi para baixo: em vez de
ter variado 1%, o crescimento
foi de 0,3%. No caso de serviços, aconteceu o contrário: os
dados preliminares, de 3,4%,
foram revistos para cima e chegaram a 3,7%.
Como o peso do setor de serviços é muito maior do que o
agropecuário, a variação positiva de 0,3 ponto percentual em
serviços da taxa preliminar para a definitiva mais do que compensou a diminuição de 0,7
ponto em agropecuária.
Na avaliação de Marcel Pereira, economista-chefe da RC
consultores, a revisão dos dados do PIB de 2005 não deve
afetar as projeções do mercado
para o crescimento de 2007 ou
dos próximos anos.
"A variação [de 0,3 ponto
percentual] não é significativa,
tanto que o valor agregado mudou apenas na casa do bilhão
[de R$ 2,148 trilhões para R$
2,147 trilhões]. Foi apenas um
ajuste na conta sem grandes
efeitos no volume do PIB do
país e nada que vá alterar as
previsões que o mercado tem
hoje para 2007", afirma ele.
Segundo Pereira, a maior variação do cálculo preliminar
para o definitivo no setor de
serviços não é de surpreender,
já que foi nesse setor em que o
IBGE mais fez alterações no
cálculo do PIB pela nova metodologia: "É natural que, num
primeiro momento, o instituto
acabe dando uma escorregada
em sua primeira apuração".
Roberto Olinto, coordenador
de contas nacionais do IBGE,
explica que a maior variação da
divulgação preliminar para a
definitiva verificada no cálculo
da taxa de crescimento da atividade agropecuária aconteceu
por causa da incorporação no
cálculo de pesquisas anuais
mais detalhadas sobre lavoura
e pecuária. "Em geral, no entanto, os setores mantiveram
um comportamento estável",
afirma Olinto.
Com a revisão dos dados do
PIB de 2005, foi refeito também o cálculo da taxa de investimento do país naquele ano. A
última divulgação, em março,
indicava um percentual de
16,3%. Ontem, essa proporção
caiu para 15,9%. Ambos os valores são abaixo da taxa que aparecia para 2005 no cálculo feito
ainda com a metodologia antiga, de 20,6% do PIB.
Outro dado revisto ontem
pelo IBGE mostra que, de 2001
a 2003, a taxa de crescimento
da exportação de bens e serviços era muito maior do que a de
importação. Em 2004 e 2005,
no entanto, o crescimento dessas duas áreas foi muito parecido, com a exportação de bens e
serviços tendo variado 9,3%, e a
de importação, 8,5%.
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