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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Crise favorece repatriação de capital
A atual conjuntura econômica, com dólar valorizado e juros
menores nos Estados Unidos, é
ideal para os brasileiros que
têm capital no exterior trazerem os recursos para o Brasil. A
análise é de Roberto Justo, sócio do escritório de advocacia
Choaib, Paiva e Justo, especializado em atender clientes do
setor de "private banking" de
bancos como Itaú, Bradesco e
Banco do Brasil.
Segundo ele, a demanda por
consultoria sobre a melhor forma para trazer os recursos aplicados no exterior cresceu após
a quebra do banco Lehman
Brothers, no dia 15 de setembro, que provocou a disparada
da cotação da moeda norte-americana.
Desde então, o escritório já
estruturou a entrada de cerca
de R$ 100 milhões. E, segundo
Justo, o fluxo ainda continua. O
motivo, diz ele, é a oportunidade de transformar a mesma
quantia em dólares em um volume maior de reais criada pela
mudança cambial. Outro fator
é o diferencial de juros -nos
EUA a taxa básica de juros é de
1% ao ano. Já no Brasil é de
13,75%.
"É melhor aproveitar o câmbio para trazer o dinheiro para
o Brasil e aplicar em DI que deixar lá para render quase nada
em títulos norte-americanos",
afirma Justo.
De acordo com Justo, a maioria dos recursos provém de
clientes que têm empresas no
exterior. O escritório estrutura
operações de distribuição de
dividendos para o acionista ou
redução do capital da empresa
para que o empresário traga a
dinheiro ao Brasil de forma legalizada.
Apesar do aumento do interesse de brasileiros em trazer o
dinheiro do exterior para o Brasil, o movimento de saída de recursos de estrangeiros aplicados no Brasil é ainda maior. O
mês passado fechou com um
saldo negativo de US$ 4,639 bilhões, o pior resultado desde janeiro de 1999. Segundo economistas, a retirada do dinheiro
do Brasil se deve à necessidade
de vender ativos líquidos em
países emergentes para compensar perdas no exterior.
CRISE CORPORATIVA
Problemas nas relações com o consumidor foram responsáveis por 26% das 312 crises corporativas noticiadas
nos primeiros nove meses deste ano, segundo levantamento da agência Imagem Corporativa. Em seguida, estão
as crises relacionadas a problemas operacionais e de manutenção (veja acima). As empresas atingidas se pronunciaram em 72% dos casos, buscando dar sua versão.
DE BRINQUEDO
Paulo Benzatti, diretor
comercial da Gulliver
Brinquedos, afirma que
não vai repassar o aumento de custos na importação de produtos, provocado pelo recente aumento
do dólar, nos preços dos
brinquedos neste ano.
"Nós temos uma espécie
de hedge interno, que nos
preservou de perdas
maiores", afirma Benzatti. Em vez de usar a cotação do dólar que pagou
para importar os produtos, a Gulliver define os
preços no varejo a partir
de uma média do valor da
moeda americana em um
determinado período de
tempo. "Nós nunca trabalhamos com o dólar a
R$ 1,60", afirma Benzatti.
Com a crise, a Gulliver
acelerou o seu projeto de
aumentar a participação
de brinquedos produzidos
no Brasil, atualmente em
30% de suas vendas, para
50%.
PLACA MÃE
A Digitron, uma das maiores fabricantes de chips e
placas-mãe do país, vai fabricar mais cinco modelos
de placas da Intel a partir de
2009. Hoje, eles já produzem três modelos. As placas
são o coração de um computador e de um notebook, onde ficam os circuitos e componentes eletrônicos, quase
todos importados.A primeira delas será a Mini ITX, que
poderá ser acoplada diretamente em uma TV de LCD
ou um monitor, transformando-se automaticamente
em um computador."Será o
fim daqueles gabinetes gigantescos. Basta comprar a
placa e pedir que um técnico
faça a junção com o monitor", diz Sung Un Dong, presidente da Digitron, parceira
da Intel no Brasil. O preço
deve ser de cerca de R$ 230.
A produção começa em janeiro e as vendas, em fevereiro. Além disso, segundo
Sung, elas gastam menos
energia do que as placas convencionais do mercado.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK
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