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NE agora mira áreas já licitadas do pré-sal
Proposta de aumento de repasse de royalties a Estados não produtores não inclui campos já concedidos
FERNANDA ODILLA
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Satisfeitos com o aumento de
7,5% para 44% dos repasses de
royalties do pré-sal para Estados e municípios não produtores de petróleo, os sete governadores do Nordeste querem
mais: se preparam para travar
no Congresso uma nova guerra
para receber recursos também
das áreas já licitadas, equivalentes a 1/4 do total.
Ontem, os governadores do
PSB Eduardo Campos (PE),
Wilma Faria (RN) e Cid Gomes
(CE) entregaram carta pedindo
aumento na participação dos
royalties dos campos de petróleo já concedidos e ainda não
explorados, como Iara, Carioca,
Parati, Júpiter e Guará.
A ofensiva da bancada do
Nordeste será feita no plenário
da Câmara e, em seguida, no
Senado. "Vamos ter muitos
momentos para buscar acordo
que equilibre a situação de todos os produtores e não produtores", disse Eduardo Campos,
que vai enfrentar a resistência
das bancadas do Rio de Janeiro
e Espírito Santo.
"Essa questão das áreas já licitadas não dá para discutir, só
se rasgar a Constituição", reagiu o deputado Hugo Leal
(PSC-RJ), coordenador da bancada fluminense.
O governo crê que a investida
dos Estados nordestinos sobre
a receita das áreas já licitadas,
que por enquanto estão fora da
nova divisão, pode ajudar a
convencer os Estados produtores, como Rio e Espírito Santo,
a aprovar o relatório do deputado Henrique Eduardo Alves
sem mudanças. Ou, no máximo, com poucas alterações.
A partilha dos royalties é o
ponto mais polêmico dos quatro projetos do pré-sal. Ontem,
as divergências dentro da própria base do governo federal levaram a novo adiamento da votação do relatório que cria o novo modelo de exploração.
Os governistas começaram a
reunião da comissão especial
dispostos a votar o novo modelo de partilha, deixando para
amanhã o debate dos royalties.
A bancada do Rio resistiu e
ameaçou se unir com o DEM
contra o modelo de partilha,
para esperar a conversa marcada para a noite de hoje entre o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e os governadores peemedebistas Sérgio Cabral, do Rio,
e Paulo Hartung, do Espírito
Santo, defensores de ampliar
de 18% para 22,5% os repasses
para Estados produtores.
O PT chegou a nomear às
pressas dois novos integrantes
da comissão no lugar de deputados ausentes para ter votos
suficientes para rejeitar o pedido de retirada de pauta do relatório. Diante da derrota iminente, os governistas cederam
e decidiram adiar para hoje a
votação. "Melhor esperar 48
horas do que partir para o confronto", disse o líder do governo Henrique Fontana (PT-RS).
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), começa a discussão no plenário do
projeto que cria a nova estatal
para administrar o pré-sal e o
do Fundo Social.
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