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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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Nos EUA, Federal Reserve mantém juros em 1% e já não teme deflação

DA REDAÇÃO

O Federal Reserve (banco central dos EUA) decidiu ontem manter inalterada, em 1% ao ano, a taxa básica de juros para a economia norte-americana. A taxa está nesse patamar, o menor em 45 anos, desde junho.
"As evidências acumuladas confirmam que a produção está crescendo vigorosamente, e o mercado de trabalho parece ter melhorado modestamente", diz o Fed, em comunicado.
A nota, divulgada após a reunião do comitê de política monetária do BC americano, é a mais positiva desde o início do ano. Além de destacar o avanço na atividade e na criação de emprego, o Fed praticamente descartou a ameaça de uma deflação no país, algo tido como provável há apenas seis meses.
Economistas mais pessimistas chegaram a falar que os EUA flertavam com o risco de cair em um processo de estagnação econômica e deflação semelhante ao que afeta o Japão há dez anos.
"A probabilidade de uma indesejada queda nos preços diminuiu nos últimos meses e agora parece quase igual à de uma alta na inflação", afirma o comunicado da instituição.
De acordo com o Fed, não há pressões inflacionárias. Por isso, as taxas de juros deverão permanecer baixas "por um período considerável", afirma o texto do comunicado.
Para os analistas, os comentários do Fed foram mais otimistas do que o esperado. Economistas dizem que o BC americano já começa a preparar o terreno para uma alta na taxa de juros, que poderá ocorrer em meados do ano que vem. Instituições financeiras americanas calculam que a elevação na taxa deva ocorrer na reunião de junho.
"Com certeza eles [os diretores do Fed] estão mais otimistas sobre a situação da economia", afirmou Lynn Reaser, economista-chefe do Banc of America Capital Management.
O comunicado do Fed provocou uma ligeira alta no mercado de juros futuros. Mas as taxas ainda permanecem bastante baixas em termos históricos. Os títulos com vencimento em dois anos, os de mais curto prazo, encerraram o dia oferecendo um retorno de 1,97% ao ano.
As Bolsas, por outro lado, encerraram o dia em baixa. O índice Dow Jones, depois de passar dos 10 mil pontos pela primeira vez em seis meses, fechou em queda de 0,4%, a 9.922 pontos.


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