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Governo prevê avanço de até 5,5% neste ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com a taxa de crescimento elevada no terceiro trimestre, o governo manteve entre 5% e 5,5% a previsão de aumento do PIB para este ano. A
justificativa está na desaceleração deste trimestre, quando a
crise financeira internacional
atingiu a pior fase até agora.
"É claro que este trimestre
não será tão bom quanto o terceiro. Deveremos ter crescimento neste trimestre em torno de 3% a 3,5% [em comparação com outubro a dezembro
de 2007], resultado das dificuldades que a crise internacional
deverá trazer ao Brasil", disse o
ministro Guido Mantega (Fazenda), que comemorou o resultado do terceiro trimestre.
Se a projeção do PIB para este trimestre se confirmar, significa que, entre outubro e dezembro, o Brasil vai crescer a
metade do registrado entre julho e setembro. Entre as indicações de que a desaceleração já
começou, está a arrecadação federal, que, diz Mantega, "cresceu menos" em novembro.
Nas contas do ministro Paulo
Bernardo (Planejamento),
mesmo que a economia apresente crescimento zero neste
trimestre, estará assegurada
expansão de 5,2% neste ano. O
cálculo do IBGE é que o crescimento seria de 4,8%.
"Antes de o presidente viajar,
apresentei a ele uma nota resumida sobre o desempenho da
economia. Disse que essa trava
no crédito deu um freio na economia em um momento de forte aceleração, talvez a maior
dos últimos anos", relatou.
Bernardo destacou que Lula
discordou da hipótese de crescimento zero neste trimestre.
"Ele falou que não vai dar zero,
pois tem conversado com o comércio, e as vendas estão elevadas." De acordo com o ministro, Lula teria afirmado que
"não vamos jogar a toalha".
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por
meio da assessoria de imprensa, disse que os dados comprovam "a força da economia brasileira num momento de agravamento da crise econômica".
Meirelles tem sido pressionado pelo presidente Lula a reduzir os juros hoje. A equipe
econômica teme os efeitos dos
juros altos na economia do próximo ano. Sem citar o Copom, o
presidente do Banco Central
aproveitou para tentar mostrar
que a crise não deve abalar a
confiança da população no futuro da economia.
"A manutenção dos sólidos
fundamentos da economia brasileira vai dar confiança às empresas e às famílias para manter seus planos de médio prazo,
permitindo que o país continue
crescendo", disse Meirelles.
Meta de 4% para 2009
Mantega disse que o crescimento de 4% para o ano que
vem não é uma expectativa do
governo, e sim uma "meta". O
ministro disse que esse resultado será alcançado se os empresários mantiverem os planos de
investimento e o governo tomar as medidas para manter a
atividade econômica elevada.
"Aqui não é o economista fazendo previsão. É uma meta a
ser conquistada. Conseguiremos 4% se todos trabalharem
nessa direção, se o governo tomar medidas necessárias para
estimular a economia e se o setor privado continuar confiando."
(JR, NHC e JS)
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