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Construção civil estima crescer 10% neste ano, apesar de efeitos da crise
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A construção civil, setor industrial que mais cresceu no
terceiro trimestre deste ano em
comparação com igual período
de 2007, prevê manter o ritmo
de expansão no quarto trimestre deste ano, apesar da crise financeira mundial e de seus reflexos na economia do país.
O SindusCon-SP (Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) estima que o setor vá crescer 10%
neste ano sobre o ano passado.
"Registramos crescimento
de 9,2% nos últimos 12 meses.
E, para este último trimestre,
esperamos crescer em torno de
8,5% [na comparação com o
quarto trimestre de 2007]. Se
esse percentual se confirmar,
será um bom resultado", afirma
Eduardo Zaidan, diretor de
economia do SindusCon-SP.
"O setor não deve sofrer uma
retração como a verificada no
setor automobilístico. Os investimentos realizados demoram para ter impacto positivo
na construção, assim como o
corte deles demora para ter reflexos negativos", diz.
Para Sérgio Watanabe, presidente do SindusCon-SP, o desempenho do setor no terceiro
trimestre deste ano -o crescimento foi de 11,7% na comparação com igual período de
2007- é resultado principalmente dos investimentos realizados. "Os investimentos produtivos continuaram crescendo, fator fundamental para o
desenvolvimento do país. Investimentos em máquinas,
equipamentos e construção civil permanecem e seus efeitos
vão se traduzir na expansão da
infra-estrutura e em mais crescimento no futuro."
Paulo Safady Simão, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), avalia que "o resultado do
PIB reiterou que a construção
civil tem sido o motor do crescimento econômico brasileiro
em 2008". "Pela primeira vez
em muitos anos não se via aumento de dois dígitos em um
setor econômico que gera tanto
emprego e renda." Ele ressalta
que foram mais de 300 mil empregos criados neste ano.
O Secovi-SP (sindicato da habitação) registrou crescimento
de 17,4% na venda de imóveis
novos na capital paulista entre
janeiro a setembro deste ano
em relação ao mesmo período
de 2007. Os dados de novembro e as expectativas de crescimento para o ano devem ser divulgados na próxima semana.
Mas em setembro começaram a chegar ao mercado imobiliário os primeiros indícios de
reflexo da crise financeira
-quando a oferta de lançamentos caiu 35% em relação ao mês
de agosto. As vendas de imóveis
novos também tiveram queda.
Em setembro foram comercializadas 2.544 unidades residenciais ante 4.146 em agosto - redução de 38,6%.
As contratações no setor
também se desaceleraram em
outubro, quando 5.905 vagas
com carteira assinada foram
criadas no país, segundo levantamento do SindusCon-SP e da
FGV (Fundação Getulio Vargas). Em setembro e agosto, foram criados, respectivamente,
39,8 mil e 42,2 mil postos de
trabalho na construção.
"No setor, há tradicionalmente corte de vagas no final
do ano. O ritmo de geração de
vagas diminuiu, mas ainda é
positivo", afirma Zaidan.
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