|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Embraer prevê 2010 tão difícil quanto 2009
Lula volta a questionar as 4.200 demissões efetuadas em fevereiro em decorrência da crise e diz que empresa "ainda deve explicação"
Para direção da empresa, cenário continua incerto no mercado internacional, mas o doméstico apresentou crescimento neste ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embraer acredita que 2010
será um ano tão ou mais difícil
que 2009 para as fabricantes de
aviões, com a demanda por novas aeronaves ainda fraca sob
efeito da crise econômica global do final de 2008.
"O mercado mundial continua deprimido. As companhias
aéreas estão perdendo dinheiro
neste ano e vão perder no ano
que vem", afirmou ontem o
presidente da Embraer, Frederico Curado.
Ele prevê uma queda de 10%
nas receitas em 2010.
Em 2009, a empresa deve faturar R$ 5,5 bilhões, 15% menos que no ano passado (R$ 6,5
bilhões). "Mas o tombo foi de
30%, pois nos preparamos para
um faturamento de R$ 7,5 bilhões em 2009."
O alívio veio do mercado interno. Segundo Curado, a receita com as vendas no Brasil vai
atingir a cifra inédita de US$
500 milhões, 10% do faturamento total da companhia.
O executivo mencionou os
contratos com as companhias
aéreas nacionais Azul e Trip.
Citou ainda o sucesso do jato
executivo Phenom 100 e contratos com as Forças Armadas.
Neste ano a Embraer revitalizou caças da Marinha e vendeu
dois jatos que são usados pela
Presidência da República.
Esse aumento das vendas no
Brasil motivou o presidente
Lula a cobrar novamente a empresa pelas demissões efetuadas durante a crise. "A Embraer
ainda me deve uma explicação
sobre aqueles 4.000 dispensados, porque está vendendo
muito avião. Até eu já comprei
dois. E acho que um dia vamos
cobrar a readmissão de uma
parte dos que foram mandados
embora", disse Lula em Brasília, durante a última reunião do
ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A
Embraer demitiu cerca de
4.200 empregados em fevereiro, ou 20% de seu efetivo, reduzido a 17 mil. De lá para cá, outros 150 a 180 deixaram a empresa. "Uns se aposentaram,
outros pediram demissão, outros foram demitidos", explicou Curado.
(MARIANA BARBOSA)
Com a Reuters e a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Aposentados e CUT criticam aumento Próximo Texto: Novo avião militar deve fazer o 1º voo em 2014 Índice
|