São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Embraer prevê 2010 tão difícil quanto 2009

Lula volta a questionar as 4.200 demissões efetuadas em fevereiro em decorrência da crise e diz que empresa "ainda deve explicação"

Para direção da empresa, cenário continua incerto no mercado internacional, mas o doméstico apresentou crescimento neste ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A Embraer acredita que 2010 será um ano tão ou mais difícil que 2009 para as fabricantes de aviões, com a demanda por novas aeronaves ainda fraca sob efeito da crise econômica global do final de 2008.
"O mercado mundial continua deprimido. As companhias aéreas estão perdendo dinheiro neste ano e vão perder no ano que vem", afirmou ontem o presidente da Embraer, Frederico Curado.
Ele prevê uma queda de 10% nas receitas em 2010.
Em 2009, a empresa deve faturar R$ 5,5 bilhões, 15% menos que no ano passado (R$ 6,5 bilhões). "Mas o tombo foi de 30%, pois nos preparamos para um faturamento de R$ 7,5 bilhões em 2009."
O alívio veio do mercado interno. Segundo Curado, a receita com as vendas no Brasil vai atingir a cifra inédita de US$ 500 milhões, 10% do faturamento total da companhia.
O executivo mencionou os contratos com as companhias aéreas nacionais Azul e Trip. Citou ainda o sucesso do jato executivo Phenom 100 e contratos com as Forças Armadas. Neste ano a Embraer revitalizou caças da Marinha e vendeu dois jatos que são usados pela Presidência da República.
Esse aumento das vendas no Brasil motivou o presidente Lula a cobrar novamente a empresa pelas demissões efetuadas durante a crise. "A Embraer ainda me deve uma explicação sobre aqueles 4.000 dispensados, porque está vendendo muito avião. Até eu já comprei dois. E acho que um dia vamos cobrar a readmissão de uma parte dos que foram mandados embora", disse Lula em Brasília, durante a última reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A Embraer demitiu cerca de 4.200 empregados em fevereiro, ou 20% de seu efetivo, reduzido a 17 mil. De lá para cá, outros 150 a 180 deixaram a empresa. "Uns se aposentaram, outros pediram demissão, outros foram demitidos", explicou Curado. (MARIANA BARBOSA)


Com a Reuters e a Sucursal de Brasília


Texto Anterior: Aposentados e CUT criticam aumento
Próximo Texto: Novo avião militar deve fazer o 1º voo em 2014
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.