São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Bovespa resiste a quedas na Europa e avança 0,4%

Espanha é nova preocupação; dólar sobe para R$ 1,771

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de os pregões terem sido um pouco melhores ontem, o mercado global não encontrou motivos para recuperar as perdas do dia anterior. A Bovespa, depois de operar no vermelho durante parte do dia, respirou no final e fechou com alta modesta, de 0,42%.
Outro país europeu entrou na rota das preocupações. Após a Grécia ser rebaixada pela agência de classificação de risco Fitch Ratings, na terça-feira, a Espanha teve sua perspectiva alterada para negativa pela Standard & Poor's. Isso significa que o país pode ter a sua nota de risco rebaixada a qualquer momento.
Ao reduzir a nota de risco de um país, a agência de classificação indica que sua economia atravessa condições menos favoráveis.
A Bolsa de Madri encerrou com perdas de 2,27% -foi uma das maiores depreciações do mercado ontem. A Bolsa de Frankfurt perdeu 0,72%, e a de Londres, 0,37%.
Nos EUA, o índice Dow Jones subiu 0,50%, perto da máxima do pregão.
"O mercado até estava mais otimista pela manhã. Mas houve a notícia da Espanha. Após a Grécia ser o primeiro país a ter seu "rating" reduzido na zona do euro, o rebaixamento da perspectiva da nota da Espanha foi muito negativo", afirmou o consultor financeiro José Raymundo Faria Junior, da Wagner Investimentos. "Apesar de também ter afetado as Bolsas, a reação no câmbio tem sido muito mais intensa."
O dólar encerrou cotado a R$ 1,771 no mercado de câmbio doméstico, após apreciação de 0,74%. Em sua mais alta cotação desde o começo de outubro, a moeda norte-americana está com apreciação de 0,97% acumulada neste mês.
Na mira do mercado estão agora as classificações de risco de Portugal e Irlanda.
Com o cenário internacional mais averso aos ativos de maior risco, os operadores têm visto vendas mais fortes de ações na Bovespa por parte dos investidores estrangeiros.
Na primeira semana do mês, os negócios feitos pela categoria ficaram positivos em aproximadamente R$ 316 milhões. Esse saldo pode ter piorado nos últimos dois pregões.
O capital externo já havia diminuído seu ritmo em novembro, sob o impacto da cobrança de IOF decidida pelo governo em outubro. No mês passado, as operações da categoria representaram 29,5% do total -menor participação desde dezembro de 2004.
"O fluxo estrangeiro tem se reduzido nas últimas semanas. Pode ser que a Bolsa de Valores não entre em um período de baixa daqui para o fim o ano, mas é fato que perdeu [fôlego]", diz Faria Junior.
A Bolsa brasileira registra alta de 1,44% no mês. No ano, os ganhos alcançam 81,12%. Aos 68.011 pontos, a percepção do mercado é a de que ficou mais difícil, após as novas tensões internacionais, que o índice Ibovespa consiga superar os 70 mil pontos ainda em 2009.

Ações em alta
Quem ajudou a Bolsa ontem foram os papéis dos setores elétrico e siderúrgico. Embalada pela informação de que é prioridade para a companhia quitar seus dividendos atrasados em 2010, a ação PNB da Eletrobrás liderou as altas no dia, encerrando com ganhos de 7,61%.
Outros papéis de empresas de energia elétrica atraíram compradores: Copel PNB subiu 4,93%; Light ON ganhou 2,84%, e Cemig PN, 2,72%.
No segmento de siderurgia e mineração, as ações preferenciais da Gerdau subiram 2,06%, seguidas por Vale ON (1,05%) e MMX Mineração, com 0,67%.


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