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Bovespa resiste a quedas na Europa e avança 0,4%
Espanha é nova preocupação;
dólar sobe para R$ 1,771
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de os pregões terem
sido um pouco melhores ontem, o mercado global não encontrou motivos para recuperar as perdas do dia anterior. A
Bovespa, depois de operar no
vermelho durante parte do dia,
respirou no final e fechou com
alta modesta, de 0,42%.
Outro país europeu entrou
na rota das preocupações. Após
a Grécia ser rebaixada pela
agência de classificação de risco Fitch Ratings, na terça-feira,
a Espanha teve sua perspectiva
alterada para negativa pela
Standard & Poor's. Isso significa que o país pode ter a sua nota de risco rebaixada a qualquer momento.
Ao reduzir a nota de risco de
um país, a agência de classificação indica que sua economia
atravessa condições menos favoráveis.
A Bolsa de Madri encerrou
com perdas de 2,27% -foi uma
das maiores depreciações do
mercado ontem. A Bolsa de
Frankfurt perdeu 0,72%, e a de
Londres, 0,37%.
Nos EUA, o índice Dow Jones subiu 0,50%, perto da máxima do pregão.
"O mercado até estava mais
otimista pela manhã. Mas houve a notícia da Espanha. Após a
Grécia ser o primeiro país a ter
seu "rating" reduzido na zona do
euro, o rebaixamento da perspectiva da nota da Espanha foi
muito negativo", afirmou o
consultor financeiro José Raymundo Faria Junior, da Wagner Investimentos. "Apesar de
também ter afetado as Bolsas, a
reação no câmbio tem sido
muito mais intensa."
O dólar encerrou cotado a R$
1,771 no mercado de câmbio doméstico, após apreciação de
0,74%. Em sua mais alta cotação desde o começo de outubro,
a moeda norte-americana está
com apreciação de 0,97% acumulada neste mês.
Na mira do mercado estão
agora as classificações de risco
de Portugal e Irlanda.
Com o cenário internacional
mais averso aos ativos de maior
risco, os operadores têm visto
vendas mais fortes de ações na
Bovespa por parte dos investidores estrangeiros.
Na primeira semana do mês,
os negócios feitos pela categoria ficaram positivos em aproximadamente R$ 316 milhões.
Esse saldo pode ter piorado nos
últimos dois pregões.
O capital externo já havia diminuído seu ritmo em novembro, sob o impacto da cobrança
de IOF decidida pelo governo
em outubro. No mês passado,
as operações da categoria representaram 29,5% do total
-menor participação desde dezembro de 2004.
"O fluxo estrangeiro tem se
reduzido nas últimas semanas.
Pode ser que a Bolsa de Valores
não entre em um período de
baixa daqui para o fim o ano,
mas é fato que perdeu [fôlego]",
diz Faria Junior.
A Bolsa brasileira registra alta de 1,44% no mês. No ano, os
ganhos alcançam 81,12%. Aos
68.011 pontos, a percepção do
mercado é a de que ficou mais
difícil, após as novas tensões internacionais, que o índice Ibovespa consiga superar os 70 mil
pontos ainda em 2009.
Ações em alta
Quem ajudou a Bolsa ontem
foram os papéis dos setores elétrico e siderúrgico. Embalada
pela informação de que é prioridade para a companhia quitar
seus dividendos atrasados em
2010, a ação PNB da Eletrobrás
liderou as altas no dia, encerrando com ganhos de 7,61%.
Outros papéis de empresas
de energia elétrica atraíram
compradores: Copel PNB subiu
4,93%; Light ON ganhou
2,84%, e Cemig PN, 2,72%.
No segmento de siderurgia e
mineração, as ações preferenciais da Gerdau subiram 2,06%,
seguidas por Vale ON (1,05%) e
MMX Mineração, com 0,67%.
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