São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Meta de investimento é vista com ceticismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo tem pressa para destravar a economia, aumentando os investimentos produtivos. Mas a estratégia de induzir o setor privado a ampliar suas fábricas seguindo uma política de investimento público para o segundo mandato esbarra na falta de projetos com condições de serem viabilizados no curtíssimo prazo.
Diante de entraves legais, ambientais e burocráticos encontrados, o que se comenta nos bastidores da área econômica é que, em 2007, será difícil a União gastar o 0,5% do PIB previsto para o PPI (Programa Piloto de Investimento).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou: só quer incluir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) projetos que tenham condições reais de serem realizados e que estimulem o investimento privado. E mais, não quer nenhum centavo do orçamento dos bancos federais parado.
Sozinha, a União não vai conseguir aumentar a taxa global de investimento da economia para sustentar um crescimento anual da produção nacional de 5%, como exige Lula.
A equipe econômica fez e refez as contas. Para garantir esse cenário sem risco de pressão sobre os preços, é preciso elevar a taxa de investimento total do país dos atuais 20% do PIB para 25%.
Para chegar aí, será necessário o apoio dos empresários, e toda a estratégia do PAC está sendo montada para tentar convencê-los de que o país irá engatar um ciclo virtuoso de crescimento. Essa é a condição básica para o setor produtivo decidir ampliar as fábricas.

Armadilha
"O investimento tem uma armadilha: é necessário para a economia crescer, mas só vai se materializar se o empresário achar que o país vai crescer", diz Antônio Corrêa de Lacerda, professor do Departamento de Economia da PUC-SP.
Para ele, inicialmente será verificado um movimento localizado em setores que estão impulsionados pela demanda externa. O resto do setor privado deverá esperar mais antes de investir.
"Está havendo uma resposta da indústria, mas ainda é pouco", diz Edgard Pereira, economista-chefe do Iedi (Instituto de estudos para o desenvolvimento industrial). Nas contas dele, o Brasil só se aproximará de uma taxa de investimento de 25% do PIB em 2009, quando o governo deverá colher os frutos de mudanças esperadas na composição dos gastos públicos. "Isso dará folga para maior investimento público." (SDA)


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