|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Meta de investimento é vista com ceticismo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo tem pressa para
destravar a economia, aumentando os investimentos produtivos. Mas a estratégia de induzir o setor privado a ampliar
suas fábricas seguindo uma política de investimento público
para o segundo mandato esbarra na falta de projetos com condições de serem viabilizados no
curtíssimo prazo.
Diante de entraves legais,
ambientais e burocráticos encontrados, o que se comenta
nos bastidores da área econômica é que, em 2007, será difícil
a União gastar o 0,5% do PIB
previsto para o PPI (Programa
Piloto de Investimento).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou: só quer
incluir no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
projetos que tenham condições
reais de serem realizados e que
estimulem o investimento privado. E mais, não quer nenhum
centavo do orçamento dos bancos federais parado.
Sozinha, a União não vai conseguir aumentar a taxa global
de investimento da economia
para sustentar um crescimento
anual da produção nacional de
5%, como exige Lula.
A equipe econômica fez e refez as contas. Para garantir esse
cenário sem risco de pressão
sobre os preços, é preciso elevar a taxa de investimento total
do país dos atuais 20% do PIB
para 25%.
Para chegar aí, será necessário o apoio dos empresários, e
toda a estratégia do PAC está
sendo montada para tentar
convencê-los de que o país irá
engatar um ciclo virtuoso de
crescimento. Essa é a condição
básica para o setor produtivo
decidir ampliar as fábricas.
Armadilha
"O investimento tem uma armadilha: é necessário para a
economia crescer, mas só vai se
materializar se o empresário
achar que o país vai crescer",
diz Antônio Corrêa de Lacerda,
professor do Departamento de
Economia da PUC-SP.
Para ele, inicialmente será
verificado um movimento localizado em setores que estão impulsionados pela demanda externa. O resto do setor privado
deverá esperar mais antes de
investir.
"Está havendo uma resposta
da indústria, mas ainda é pouco", diz Edgard Pereira, economista-chefe do Iedi (Instituto
de estudos para o desenvolvimento industrial). Nas contas
dele, o Brasil só se aproximará
de uma taxa de investimento de
25% do PIB em 2009, quando o
governo deverá colher os frutos
de mudanças esperadas na
composição dos gastos públicos. "Isso dará folga para maior
investimento público."
(SDA)
Texto Anterior: Aperto fiscal de 2006 deverá ficar entre 4,35% e 4,40%, superando meta Próximo Texto: Brasil crescerá mais que a média global, diz ONU Índice
|