São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Indústria de SP recua 1% em novembro

Pará, Minas Gerais e Espírito Santo registraram crescimento da produção, puxados pelas commodities

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Afetada pela freada do setor automobilístico, a produção da indústria paulista caiu 1% de outubro para novembro, já descontados os efeitos sazonais, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Pernambuco e Ceará tiveram retração igual.
A produção paulista registrou expansão de 1,6% em outubro, beneficiada pela retomada das montadoras, após as greves de setembro. Depois, diz o IBGE, elas ajustaram a produção. "O setor automobilístico tem peso importante na indústria paulista e acreditamos que ele tenha sido a principal pressão negativa", disse André Macedo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.
De janeiro a novembro de 2006, a produção da indústria paulista ficou em 3,6%, acima da média nacional (3,1%). Na comparação com novembro de 2005, cresceu 3% -a média do país ficou em 4,2%. Neste ano, a indústria paulista foi impulsionada pelos ramos de informática -graças ao barateamento dos componentes devido ao câmbio-, máquinas e equipamentos, celulares e alimentos.
Já na indústria de alimentos, o destaque foi a produção de açúcar, alavancada pelo aumento das exportações e dos preços internacionais.
No Rio de Janeiro, a retração de 0,1% se explica pela parada programada de parte das atividades de uma refinaria. No ano, a produção da indústria fluminense acumula alta de 2,1%.
Segundo Macedo, os dados mostram que há um bloco de Estados cujo desempenho é puxado pelo avanço das commodities e da indústria extrativa. São exemplos Pará (17,3%) e Minas Gerais (7,4%), com a extração de minério de ferro, e Espírito Santo (10,8%), com o beneficiamento do minério de ferro, a siderurgia para exportação e a produção de petróleo.
Na outra ponta, o dólar barato e os conseqüentes desestímulo às exportações e aumento da competitividade das importações afetaram o Paraná (-1,9%), que concentra indústrias madeireiras exportadoras; o Rio Grande do Sul (-2,2%), com o fraco desempenho de máquinas agrícolas e calçados; e o Amazonas (-2,3%), com o recuo da produção de celulares para exportação no acumulado do ano.


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