São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Economia global segue vulnerável, avalia Fórum

Governos não se adequaram para enfrentar as ameaças

DA REDAÇÃO

Riscos globais em diversas áreas, incluindo a economia, acentuaram-se nos últimos 12 meses. Essa deterioração, porém, não foi acompanhada por melhora na capacidade do mundo de lidar com as ameaças, diz relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial.
A maioria dos 23 riscos para os próximos dez anos se agravou em 2006, inclusive os cinco diretamente relacionados à economia global. "Apesar de crescer mais rapidamente do que em qualquer outra época na história, a economia mundial continua vulnerável", analisa o relatório do organismo internacional.
Um novo choque do petróleo e falhas no fornecimento de energia, o déficit em conta corrente dos EUA, a preocupação com o enfraquecimento do crescimento ("hard landing") da China, crises fiscais causadas por mudanças demográficas e correções em preços inflacionados (referência às "bolhas" nos mercados imobiliários") são as cinco principais ameaças econômicas.
Os demais riscos são divididos em ambientais (como tempestades tropicais), geopolíticos (terrorismo ou guerras, entre outros), sociais (pandemias) e tecnológicos (riscos ligados à nanotecnologia).
No caso do petróleo, o documento elaborado não faz menção ao atual estágio de queda das cotações. Afirma que, embora haja projeções de que a capacidade de produção irá crescer para atender à demanda, o mercado de energia continua "apertado" e, portanto, altamente vulnerável a choques naturais ou especulativos.
O Fórum ainda especula sobre um cenário de choque do petróleo, sem, no entanto, discriminar se o quadro é provável ou improvável, pior ou melhor. Prevê que os países não saberão lidar com cotações que superarem US$ 150, especialmente devido à fragmentação da comunidade internacional.
Esse, aliás, é um dos principais recados do relatório, o de que deve haver cooperação entre governos de diferentes países e a esfera privada. "Sem o compromisso integral de EUA e China, será extremamente difícil tratar dos riscos globais de forma bem-sucedida."

Recomendações
O documento apresenta ainda uma série de medidas necessárias de forma a "combater" as ameaças globais, muitas relacionadas à preocupação com a deterioração do clima.
Uma recomendação é levar em conta as mudanças climáticas nas ações relacionadas a assegurar o fornecimento de energia. Outra é iniciar "com urgência" os trabalhos para um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto (pacto internacional para reduzir as emissões de gases de efeito estufa).


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