São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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IGP-DI fecha em 3,79% em 2006, 4ª menor taxa

Para FGV, estabilidade da inflação não é passageira

DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE

O IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) acumulou alta de 3,79% em 2006. É a quarta menor taxa da história do indicador. A menor variação registrada foi 1,22%, em 2005. Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV (Fundação Getulio Vargas), Salomão Quadros, a manutenção do patamar baixo por dois anos mostra que a estabilidade da inflação não é movimento passageiro.
Em dezembro, registrou alta de 0,26%, ante variação de 0,57% em novembro. O IGP-DI é usado no reajuste de água e esgoto e nas dívidas de Estados com a União.
Segundo Quadros, o comportamento dos preços em 2006 foi ditado em parte pelo "choque agrícola". Com a escalada de 34,54% nos preços do milho e de 12,21% nos da soja em razão de movimentos de recomposição de preço, a inflação no atacado encerrou o ano com alta de 4,29%.
O aumento do milho reflete a demanda do mercado norte-americano, que o utiliza para produzir álcool combustível.
Os combustíveis tiveram alta menor. O álcool teve queda de 1,69%, contra alta de 4,9% no atacado. A gasolina subiu 1,48% no atacado, contra 9,48% no ano anterior.
Os preços no varejo fecharam 2006 com alta de 2,05%, sob influência da queda nos preços de tarifas de serviço público. As principais pressões para o consumidor foram o aumento de 10,7% nas tarifas de ônibus urbano e de 11,7% nos planos de saúde.
Para o paulistano, o custo de vida subiu 2,57% no ano passado, menor variação desde 1998, quando registrou alta de apenas 0,49%, segundo o ICV (Índice do Custo de Vida), do Dieese. No acumulado de 2005, a inflação havia atingido 4,55%.
Neste ano, a previsão é pessimista. "Vai ser difícil ter resultado de energia negativo de novo. Os serviços também devem puxar o índice porque são foco de resistência. Serviços de saúde, educação, lazer e oficinas mecânicas vão aparecer mais no noticiário", diz Quadros.
A FGV aposta que o índice de 2007 ficará na faixa dos 4%. O câmbio, principal fator de contenção da inflação nos últimos dois anos, deve ter menos influência por perspectiva de estabilidade cambial.

Inflação em SP
Na primeira quadrissemana de janeiro, com a alta das tarifas de ônibus e metrô, SP teve inflação de 1,07%, segundo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. É o maior índice desde a primeira quadrissemana de março de 2003.
Em todo o ano passado, o município de São Paulo registrou inflação de 2,55%, menor em oito anos.


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