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IGP-DI fecha em 3,79% em 2006, 4ª menor taxa
Para FGV, estabilidade da inflação não é passageira
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE
O IGP-DI (Índice Geral de
Preços-Disponibilidade Interna) acumulou alta de 3,79% em
2006. É a quarta menor taxa da
história do indicador. A menor
variação registrada foi 1,22%,
em 2005. Para o coordenador
de Análises Econômicas da
FGV (Fundação Getulio Vargas), Salomão Quadros, a manutenção do patamar baixo por
dois anos mostra que a estabilidade da inflação não é movimento passageiro.
Em dezembro, registrou alta
de 0,26%, ante variação de
0,57% em novembro. O IGP-DI
é usado no reajuste de água e
esgoto e nas dívidas de Estados
com a União.
Segundo Quadros, o comportamento dos preços em 2006
foi ditado em parte pelo "choque agrícola". Com a escalada
de 34,54% nos preços do milho
e de 12,21% nos da soja em razão de movimentos de recomposição de preço, a inflação no
atacado encerrou o ano com alta de 4,29%.
O aumento do milho reflete a
demanda do mercado norte-americano, que o utiliza para
produzir álcool combustível.
Os combustíveis tiveram alta
menor. O álcool teve queda de
1,69%, contra alta de 4,9% no
atacado. A gasolina subiu 1,48%
no atacado, contra 9,48% no
ano anterior.
Os preços no varejo fecharam 2006 com alta de 2,05%,
sob influência da queda nos
preços de tarifas de serviço público. As principais pressões
para o consumidor foram o aumento de 10,7% nas tarifas de
ônibus urbano e de 11,7% nos
planos de saúde.
Para o paulistano, o custo de
vida subiu 2,57% no ano passado, menor variação desde 1998,
quando registrou alta de apenas 0,49%, segundo o ICV (Índice do Custo de Vida), do Dieese. No acumulado de 2005, a inflação havia atingido 4,55%.
Neste ano, a previsão é pessimista. "Vai ser difícil ter resultado de energia negativo de novo. Os serviços também devem
puxar o índice porque são foco
de resistência. Serviços de saúde, educação, lazer e oficinas
mecânicas vão aparecer mais
no noticiário", diz Quadros.
A FGV aposta que o índice de
2007 ficará na faixa dos 4%. O
câmbio, principal fator de contenção da inflação nos últimos
dois anos, deve ter menos influência por perspectiva de estabilidade cambial.
Inflação em SP
Na primeira quadrissemana
de janeiro, com a alta das tarifas
de ônibus e metrô, SP teve inflação de 1,07%, segundo IPC
(Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. É o maior índice
desde a primeira quadrissemana de março de 2003.
Em todo o ano passado, o
município de São Paulo registrou inflação de 2,55%, menor
em oito anos.
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