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Investidor se protege com títulos e fundos
Para evitar prejuízo com sobe e desce de ações, aplicador diversifica portfólio e escolhe opções mais conservadoras
Avanço do Tesouro Direto ilustra mudança de perfil; em novembro, o número de investidores alcançou marca inédita de 172.237 pessoas
DA REPORTAGEM LOCAL
Para atravessar os momentos tensos no mercado, o investidor pessoa física que aplica diretamente seus recursos na
Bolsa sem o auxílio de um banco tem procurado se proteger
com produtos conservadores
como títulos públicos, fundos
negociados como ações, ouro e
até derivativos, segundo as corretoras. O objetivo é diversificar o portfólio de investimento
e reduzir o risco de perdas com
eventuais solavancos.
Na renda fixa, o contínuo
crescimento do Tesouro Direto
ilustra essa mudança de perfil.
Em novembro passado, último
dado disponibilizado pelo Tesouro, o número de investidores cadastrados para operar
nesse sistema alcançava a marca inédita de 172.237 pessoas. O
número representa um aumento de 20,6% em 12 meses no volume de cadastrados.
O elevado volume de operações de pequeno porte no Tesouro Direto mostra que o produto tem se tornado mais popular. Em novembro, as vendas
de títulos em montante de até
R$ 5 mil representaram 63,4%
do total movimentado no mês.
O Tesouro Direto é um sistema de negociação de títulos públicos por meio da internet, que
começou a funcionar em 2002.
O objetivo do governo era alcançar o pequeno investidor
com os títulos públicos.
"Tivemos um crescimento
muito grande no Tesouro Direto. No momento de rebalanceamentos dos investimentos, vimos muitas pessoas procurando portos seguros e ativos mais
sólidos para aguardar o momento de voltar. O Tesouro Direto foi utilizado para isso", disse Helio Pio, gerente comercial
da corretora Ágora.
O engenheiro Allan Arantes,
organizador do site "Investidor
Agressivo", de troca de informações sobre o mercado de
ações, conta que os participantes buscaram informações sobre aplicações defensivas, como ouro, índices futuros, além
de títulos públicos. "As pessoas
têm se sofisticado cada vez
mais. Não necessariamente
porque a Bolsa estava ruim,
mas para ter mais segurança e
ganhar mais", disse Arantes.
"A pessoa física está mais informada e começa a preferir
montar sua própria carteira. É
interessante notarmos que
também há uma geração de
pessoas que cresceram acostumadas a computadores e tecnologia, para quem operar sistemas como o "home broker" é
muito simples", afirma Robson
Queiroz, diretor comercial da
corretora SLW.
Em 2009, o pequeno investidor também passou a utilizar
mais os fundos de índice, conhecidos como ETFs, que são
negociados na Bolsa como uma
ação. A vantagem é a taxa de administração de 0,54%, enquanto os fundos administrados pelos bancos cobram até 4%.
No ano passado, o volume
diário de negócios com ETFs
cresceu 22,3% -saltou de R$
15,2 milhões para R$ 18,6 milhões por dia.
O fundo mais negociado é o
Bova11, que replica o Ibovespa.
O fundo subiu 82% em 2009
-no ano, o Ibovespa teve alta
de 82,6%. Já o fundo Small11,
que foca ações de segunda linha, subiu 136,1% -pouco
abaixo dos 137,5% de alta do índice Small Cap da Bolsa.
Segundo Helio Pio, muitos
clientes têm buscado fundos de
investimento com derivativos e
operações estruturadas de hedge (proteção), organizados pela
corretora para o cliente do "home broker" proteger sua carteira de ações.
"A gente sempre teve esses
produtos, mas poucos clientes
tinham interesse. Com a crise,
o investidor buscou saber o que
poderia fazer para se proteger.
Hoje, a gente vê a mesa de derivativos operando muito mais."
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