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GASOLINA
Donos querem que a ANP analise contraprova e divulgue distribuidoras
Postos condenam lista de adulteração
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Três dias após iniciar a divulgação de nomes de postos que foram autuados ou interditados pela sua área de fiscalização, a ANP
(Agência Nacional de Petróleo) já
tem de enfrentar contestações de
donos de estabelecimentos.
Ontem, 14 postos listados como
irregulares no site da agência procuraram o Sincopetro (Sindicato
do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São
Paulo) para informar que nem sequer foram notificados pela agência por causa de suposta irregularidade no comércio de gasolina.
Os postos informaram ao Sincopetro que a ANP também fez
análise em apenas uma amostra
do combustível -isto é, não foi
feita a análise da contraprova.
"Vamos pedir à ANP que faça a
segunda análise nesses postos",
diz José Alberto Paiva Gouveia,
presidente do Sincopetro.
Os postos não são contra a divulgação dos estabelecimentos
que agem de forma irregular, diz,
mas querem que a agência tenha
certeza de que o posto agiu mal.
"Queremos também que a ANP
divulgue o nome das distribuidoras que venderam a gasolina adulterada para os postos, já que é
muito difícil adulterar a gasolina
no posto", diz Paiva Gouveia.
Alísio Vaz, diretor do Sindicom,
sindicato que reúne as distribuidoras de combustíveis, diz que o
nome da companhia deve ser divulgado se houver a certeza de
que ela foi a fornecedora do posto.
"É que, muitas vezes, o posto estampa uma bandeira (Esso, Shell
ou Ipiranga), mas compra a gasolina de outra distribuidora. O que
pode acontecer é que a distribuidora honesta pode ser chamada
de picareta e a que efetivamente
forneceu a gasolina adulterada
sairá ilesa. Não é justo", afirma.
César Ramos Filho, coordenador especial de fiscalização da
ANP, informa que a análise da
contraprova é feita quando o posto solicita e que, se alguns postos
ainda não receberam notificação,
isso deve ocorrer nos próximos
dias. "Na última quinta-feira enviamos notificação para cerca de
cem postos", afirma.
No site da ANP, estão listados
1.166 postos que foram autuados
ou interditados em 2002 e outros
60 desde o início deste ano até
agora. Ainda hoje, a agência poderá divulgar os nomes dos postos que comercializaram gasolina
adulterada em 2000 e 2001.
A ANP, segundo Ramos Filho,
não tem intenção de divulgar os
nomes de distribuidoras com os
nomes dos postos.
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