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Cesp considera participar de usinas na Amazônia
Empresa avalia projetos depois de Belo Monte, como o Teles Pires/Tapajós
Presidente da estatal paulista afirma que, para isso, Estado terá de aprovar lei que autoriza associações fora do Estado de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova direção da Cesp admite voltar a participar de empreendimentos de porte após a
concessão da usina de Belo
Monte (PA), prevista para abril.
Um alvo possível é o megaprojeto das cinco usinas do
complexo hidrelétrico dos rios
Teles Pires/Tapajós, além de
outros empreendimentos na
bacia Amazônica.
"Neste momento, [grandes
projetos] ainda não. A Cesp não
vai participar de Belo Monte.
Estamos estudando pequenos
projetos para investimento
dentro de São Paulo, o que não
significa que, no futuro, quando
os projetos das usinas dos rios
Tapajós e Teles Pires -e outros
na margem esquerda do rio
Amazonas- forem colocados
em licitação, a Cesp não se organize para participar", afirmou o diretor-presidente, Vilson Daniel Christofari.
Segundo ele, a companhia
pode se habilitar a fazer parcerias com foco em grandes empreendimentos fora de São
Paulo, mas isso só poderá ocorrer depois de uma alteração da
atual legislação. A Cesp não dispõe de autorização para associações. É um passo a ser dado
no futuro, disse Christofari.
Renovação
A Cesp aguarda a renovação
por mais 30 anos das concessões das usinas de Ilha Solteira
e Jupiá para retomar a negociação de energia no mercado cativo (formado pelas distribuidoras de energia) e livre (formado
pelos grandes consumidores).
A estatal tem cerca de 2.000
MW médios de energia que serão descontratados entre os
anos de 2012 e 2013.
A Folha apurou que o governo federal já decidiu renovar as
concessões, só não definiu o
prazo. Christofari diz que a negociação dessa energia já deveria ter começado.
As duas usinas, pela atual regra do setor elétrico, terão de
ser devolvidas ao governo federal em 2015, quando o contrato
de concessão expira. Essa foi a
razão pela qual fracassou a última tentativa de privatização da
Cesp, em março de 2008.
"Não acredito que o governo
federal deixe de renovar as
concessões, ainda que determine novas condições para tal.
Mas [a renovação] não pode
demorar, porque as companhias já deveriam começar a
negociar a energia que será
descontratada", afirma Vilson
Daniel Christofari, diretor-presidente da Cesp.
Estimativas do mercado indicam que nos próximos anos
mais de 20.000 MW médios de
capacidade efetiva de geração
fiquem sem contrato até 2015,
o que inclui não só a energia da
Cesp, mas a de outras companhias, como Cemig, Copel,
Chesf e Furnas.
É um grande volume de
energia que ficará sem contrato. Como comparação, o Brasil
registrou uma demanda por
energia na semana passada
equivalente a 70.000 MW médios. O volume de energia firme, que deixará de ter contrato
por ocasião do fim das concessões, representa 28% dessa demanda recorde.
(AGNALDO BRITO)
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