São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Preocupações com instituições financeiras derrubam Bolsas

DA REDAÇÃO

Preocupações com a saúde de financeira de bancos importantes fizeram com que as Bolsas americanas voltassem a ter um dia negativo ontem, arrastando também outros mercados. Surgiram rumores de que o banco Bear Stearns enfrenta problemas de liquidez e que o rival Lehman Brothers irá demitir 5% dos funcionários. Além disso, o Citigroup disse que os principais bancos de investimento americanos devem ter novas baixas contábeis bilionárias.
Com as ações de bancos e corretoras sofrendo forte desvalorização, os mercados dos EUA tiveram o terceiro pregão consecutivo de queda. O índice Dow Jones caiu 1,29% -no mês, ele já retrocedeu 4,29%. O S&P 500 se desvalorizou em 1,55%, e a Nasdaq, de alta tecnologia, 1,95%. A Bovespa caiu 3,02%. Com os problemas no mundo financeiro, os investidores aumentaram suas apostas em commodities como o petróleo, que subiu 2,62%, para US$ 107,90, valor recorde.
Os rumores sobre o Bear Stearns ganharam força depois que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de alguns de seus títulos lastreados em hipotecas Alt-A, que é o meio-termo entre as "prime" (de primeira linha) e as "subprime" (de alto risco).
A especulação derrubou as ações do quinto maior banco de investimento dos EUA em 11,1% e fez seus dirigentes saírem em sua defesa. Para Alan Greenberg, ex-presidente-executivo e chefe do seu comitê executivo, os rumores sobre a falta de liquidez são "totalmente ridículos". Já Alan Schwartz, atual CEO, disse que a liquidez da instituição "continua forte".
O rival Lehman Brothers também sofreu forte desvalorização, depois que a TV CNBC disse que ele pretende demitir mais 1.400 funcionários -no ano passado, ele eliminou cerca de 4.000 vagas. Os papéis da corretora caíram 7,29% ontem. O Lehman Brothers e o Bear Stearns divulgam seus balanços do primeiro trimestre fiscal na semana que vem.
Outros bancos também tiveram perdas expressivas. As ações do Citigroup caíram 5,74%, e as do Merrill Lynch, 5,20% -os dois bancos perderam quase US$ 10 bilhões no quarto trimestre de 2007. As do Morgan Stanley retrocederam 3,91%, e as do Goldman Sachs se desvalorizaram em 2,81%.
As preocupações com o setor financeiro aumentaram depois que um relatório de um analista do Citigroup afirmou que o Goldman Sachs pode ter baixa contábil (revisão dos valores de ativos) de US$ 3,2 bilhões, e o Merrill Lynch, de US$ 2,9 bilhões. Morgan Stanley e Lehman Brothers também teriam perdas bilionárias.
As incertezas derrubaram ainda mais as ações da Ambac e da MBIA, as duas maiores seguradoras de títulos financeiros do mundo e que são uma das principais preocupações dos mercados. Caíram 23,26% e 10,18%, respectivamente. Desde o início do ano, os papéis da Ambac tiveram queda de 71,7%. Os da MBIA, de 39,46%.
Já as ações da Blackstone, umas das maiores empresas de "private equity" (de capital privado) do mundo, subiram 2,88% apesar da queda de 89% no lucro no último trimestre de 2007, para US$ 88 milhões.


Com agências internacionais

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