São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Petróleo encosta em US$ 108 com turbulência no mercado

Investidores apostam no produto, que tem alta superior à das Bolsas dos EUA

Para analista, aumento nos preços do barril vai acabar enfraquecendo economia dos EUA e reduzindo a demanda pelo produto

DA BLOOMBERG

O barril de petróleo chegou a superar os US$ 108 em Nova York, atingindo um nível recorde, com os investidores comprando contratos futuros da commodity porque os retornos ultrapassaram os obtidos nos mercados financeiros.
O petróleo em Nova York teve alta de 80% nos últimos 12 meses, enquanto as médias S&P 500 e Dow Jones registraram quedas. A China, o segundo país que mais consome petróleo, aumentou em 18% as suas importações do produto no mês passado e suspendeu os embarques para o exterior para atender à crescente demanda.
"A percepção da comunidade financeira é a de que o mercado de petróleo é um porto seguro", disse Rick Mueller, diretor de análise petrolífera da Energy Security Analysis. "A especulação que está puxando os preços do petróleo para cima vai acabar minando a segurança que os investidores procuram. Com a alta dos preços, a economia vai se enfraquecer e acabará afetando a demanda."
O barril chegou a ser comercializado a US$ 108,21 na Bolsa Mercantil de Nova York e terminou o dia com o valor recorde US$ 107,90, alta de 2,62% em relação ao pregão da última sexta. Em Londres, o produto também fechou em seu maior valor histórico, de US$ 104,16, após se valorizar em 1,74%.
Os preços estão caminhando para os US$ 120 "no curto prazo", disse o presidente do banco de investimento Simmons & Co., Matthew Simmons. "Sou um dos poucos que não estão surpresos em ver o preço a US$ 107. Ainda acho que está barato." O Goldman Sachs elevou na semana passada a sua previsão para o preço do barril em 2009, de US$ 90 para US$ 105.
"Estamos diante de um fluxo contínuo de compra de fundos, que não tem nenhuma motivação em particular nas características específicas do mercado de petróleo", afirmou Tim Evans, do Citigroup. "Os preços sobem até o ponto em que os vendedores recuam. Toda vez que os preços caem, os compradores voltam ao mercado."

Pressão
O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, que viaja ao Oriente Médio na próxima semana, vai se encontrar com o governo saudita para discutir a questão do petróleo.
A Arábia Saudita é a principal integrante da Opep, e as autoridades americanas vêm pressionando o país, tradicional aliado na região, para aumentar a produção, em um tentativa de conter a alta nos preços.


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