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Petróleo encosta em US$ 108 com turbulência no mercado
Investidores apostam no produto, que tem alta superior à das Bolsas dos EUA
Para analista, aumento nos preços do barril vai acabar enfraquecendo economia
dos EUA e reduzindo a demanda pelo produto
DA BLOOMBERG
O barril de petróleo chegou a
superar os US$ 108 em Nova
York, atingindo um nível recorde, com os investidores comprando contratos futuros da
commodity porque os retornos
ultrapassaram os obtidos nos
mercados financeiros.
O petróleo em Nova York teve alta de 80% nos últimos 12
meses, enquanto as médias
S&P 500 e Dow Jones registraram quedas. A China, o segundo país que mais consome petróleo, aumentou em 18% as
suas importações do produto
no mês passado e suspendeu os
embarques para o exterior para
atender à crescente demanda.
"A percepção da comunidade
financeira é a de que o mercado
de petróleo é um porto seguro",
disse Rick Mueller, diretor de
análise petrolífera da Energy
Security Analysis. "A especulação que está puxando os preços
do petróleo para cima vai acabar minando a segurança que
os investidores procuram. Com
a alta dos preços, a economia
vai se enfraquecer e acabará
afetando a demanda."
O barril chegou a ser comercializado a US$ 108,21 na Bolsa
Mercantil de Nova York e terminou o dia com o valor recorde US$ 107,90, alta de 2,62%
em relação ao pregão da última
sexta. Em Londres, o produto
também fechou em seu maior
valor histórico, de US$ 104,16,
após se valorizar em 1,74%.
Os preços estão caminhando
para os US$ 120 "no curto prazo", disse o presidente do banco
de investimento Simmons &
Co., Matthew Simmons. "Sou
um dos poucos que não estão
surpresos em ver o preço a US$
107. Ainda acho que está barato." O Goldman Sachs elevou
na semana passada a sua previsão para o preço do barril em
2009, de US$ 90 para US$ 105.
"Estamos diante de um fluxo
contínuo de compra de fundos,
que não tem nenhuma motivação em particular nas características específicas do mercado
de petróleo", afirmou Tim
Evans, do Citigroup. "Os preços
sobem até o ponto em que os
vendedores recuam. Toda vez
que os preços caem, os compradores voltam ao mercado."
Pressão
O vice-presidente dos EUA,
Dick Cheney, que viaja ao
Oriente Médio na próxima semana, vai se encontrar com o
governo saudita para discutir a
questão do petróleo.
A Arábia Saudita é a principal
integrante da Opep, e as autoridades americanas vêm pressionando o país, tradicional aliado
na região, para aumentar a produção, em um tentativa de conter a alta nos preços.
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