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BNDES deve financiar vencedor do Rodoanel
Além de abrir linha de crédito, banco poderá comprar cotas de fundos a serem criados para financiar a outorga de R$ 2 bi
Taxa era considerada maior
empecilho à participação
de um número maior de
competidores no leilão,
marcado para hoje, em SP
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá financiar a
empresa vencedora do leilão de
concessão do trecho Oeste do
Rodoanel, previsto para acontecer hoje, em São Paulo.
A expectativa inicial era a de
que o banco abrisse apenas linhas de crédito para financiar
os R$ 800 milhões exigidos da
nova concessionária para obras
de infra-estrutura. Agora, porém, o BNDES decidiu que poderá também comprar cotas de
fundos de recebíveis que venham a ser criados para pagar a
outorga do Estado, estabelecida em R$ 2 bilhões.
A outorga era o maior empecilho para a participação de um
grupo maior de competidores
no leilão. Consultores e analistas afirmavam que grandes empresas do setor, como CCR e
OHL, já tinham feito parcerias
com bancos para participar do
leilão. As menores, no entanto,
sem o mesmo poder de negociação, tinham ficado de fora.
Isso porque o valor da outorga estava muito além dos investimentos previstos nos planos
de negócios da maioria das concessionárias. Dos R$ 2 bilhões a
serem pagos ao governo, 10%
serão desembolsados na assinatura do contrato. O restante
será pago em 24 meses.
"O valor da outorga obriga
que os concorrentes tenham
grupos financeiros fortes a seu
lado", diz Luiz Otávio Broad,
analista da corretora Ágora.
"Além disso, também deverá
fazer com que haja menos competidores nesse leilão do que no
leilão de concessão das rodovias federais [em 2007]".
Com a perspectiva aberta pelo BNDES, a expectativa é a de
que o cenário mude. Além desses valores, o concessionário
deverá pagar um valor mensal
equivalente a 3% da receita
bruta aferida no mês anterior.
Deságio
Mesmo com o desembolso
maior, ainda assim os analistas
esperam um bom deságio nas
tarifas. O valor estabelecido de
tarifa de pedágio, de R$ 3, foi
elevado por conta da outorga.
Para aumentar o deságio na
tarifa, dizem consultores, as
concorrentes trabalham com a
perspectiva de ampliação do
Rodoanel. Com todo o tráfego
dos caminhões provenientes da
Baixada Santista, depois da
construção do trecho Sul, o valor potencial do negócio aumentaria em pelo menos 30%.
A expectativa do mercado
para hoje é de que os competidores cheguem ao leilão com
propostas bastante agressivas.
A OHL deixou claro, durante
vários encontros com analistas,
que o Rodoanel é sua prioridade no país. Porém, o deságio de
65% oferecido pela empresa às
tarifas estabelecidas nas concessões das rodovias federais
deixou os investidores céticos
com relação a sua viabilidade:
suas ações caíram 30% em
2006, contra alta de 43,65% da
Bovespa.
Já a CCR, cujas concessões
cortam o trecho Oeste do Rodoanel, é considerada a grande
favorita. Segundo analistas, se
vencer, a concessionária terá
fortes ganhos de sinergia e melhoria de rentabilidade.
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