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Só 5 companhias disputarão leilão da Cesp
Com desistência de estatais, ficam a franco-belga Suez, a portuguesa EDP, a americana Alcoa e as brasileiras Neoenergia e CPFL
As empresas que seguem
na disputa negociam a
formação de consórcios;
a expectativa é que três
grupos concorram no dia 26
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvo da maior polêmica até o
momento em relação à privatização da Cesp (Companhia
Energética de São Paulo), estatais federais e estaduais desistiram de recorrer à Justiça para
participar do negócio e ficaram
na disputa apenas 5 das 13 empresas inicialmente interessadas na geradora paulista de
energia. Pelas regras do leilão,
as estatais não poderiam participar da privatização.
Seguem na corrida pela Cesp
a franco-belga Suez/Tractebel,
a brasileira-espanhola Neoenergia/Iberdrola, a brasileira
CPFL, a portuguesa EDP e a
americana Alcoa. Todas elas
entregaram até ontem à Bovespa a documentação exigida no
processo de pré-identificação.
Na sexta-feira, os coordenadores divulgam se todos os pré-identificados estão qualificados para a concorrência. A Cesp
vai a leilão no dia 26 ao preço
mínimo de R$ 6,6 bilhões.
O motivo alegado pelas estatais para desistir da Cesp foram
as incertezas em relação à prorrogação dos contratos de concessão das usinas hidrelétricas.
Das seis hidrelétricas da Cesp,
apenas a usina Porto Primavera teve a renovação de concessão por mais 20 anos recomendada pela Aneel. Em 2011, vence a concessão de Três Irmãos
e, em 2015, a de Jupiá.
Na reta final da disputa, desistiram os fundos americanos
de "private equity" Blackstone
e KKR, que representariam os
interesses da Elektro, distribuidora no litoral e interior de
São Paulo e que pertencia ao
extinto grupo Enron. Também
saiu do páreo o fundo brasileiro
Pátria. A ítalo-espanhola
Enel/Endesa também não
apresentou a documentação.
A surpresa ontem ficou por
conta da desistência da distribuidora fluminense Light, da
qual a Cemig tem participação.
Também surpreendeu a entrada da Alcoa, produtora americana de alumínio e grande consumidora de energia.
"O cadastramento [da Alcoa]
apenas revela a intenção de
continuar a participar do processo, não representando um
firme compromisso de participação no leilão, o que dependerá de decisão a ser tomada em
fase mais adiantada do processo. A decisão de participar do
leilão, provavelmente em parceria com outras empresas públicas ou privadas, está alinhada com a estratégia energética
da Alcoa no Brasil", afirmou a
empresa em nota.
Os cinco pré-identificados
negociam entre si a formação
de pelo menos dois consórcios,
podendo ainda formar um terceiro. Um dos consórcios será
liderado pela Suez/Tractebel,
dona da Gerasul, a maior geradora privada de energia no país.
A Suez deve entrar no leilão
com a Neoenergia, que tem entre os sócios a Iberdrola.
O segundo consórcio será encabeçado pela CPFL Energia,
distribuidora do interior de São
Paulo, e que teria a participação
da Light. A CPFL tem capital
dos grupos Votorantim, Camargo Corrêa, Bradesco e da
Previ.
A Energias de Portugal, dona
das distribuidoras Bandeirantes (SP), Enersul (MS) e Excelsa (ES), negocia a adesão a um
dos grupos ou a formação de
um consórcio próprio. Os portugueses estavam acertando a
associação com os italianos e
espanhóis do grupo Enel/Endesa, que não apresentaram a
documentação exigida.
Os qualificados terão de depositar garantias no valor de R$
1,74 bilhão um dia antes do leilão. Os lances serão feitos por
meio de envelopes fechados. A
Bovespa só abrirá o leilão em
viva-voz se a segunda maior
oferta pela Cesp for de pelo menos 90% do valor do maior lance pela geradora paulista.
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