São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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São Paulo bate recorde industrial

Expansão em janeiro é a maior desde outubro de 2003, segundo o IBGE

Fabricação de veículos puxa desempenho no Estado; em todo o país, atividade das indústrias cresce em 11 dos 14 Estados pesquisados

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A indústria paulista cresceu 3,4% em janeiro. O resultado representa a maior taxa de expansão desde outubro de 2003, quando havia registrado alta de 4,7%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desempenho da indústria de São Paulo representou a maior influência para a expansão industrial no país neste início de ano.
Apesar da taxa elevada em janeiro, a produção da indústria em São Paulo havia registrado queda nos dois meses anteriores, quando acumulou perdas de 3,3%. Na comparação com janeiro de 2007, a produção da indústria paulista teve avanço de 12,5%, o maior crescimento desde setembro de 2004.
A maior responsável pelo ganho de ritmo da produção industrial paulista foi a fabricação de veículos automotores -alta de 30% ante janeiro de 2007. O IBGE atribui o crescimento à melhoria da renda, ao alongamento de prazos do crédito e ao cenário mais favorável do mercado de trabalho. Quando essa atividade cresce, itens como chassis e autopeças acompanham esse movimento.
"Veículos automotores tiveram muito peso na recuperação da atividade no mês de janeiro. Representam o principal impacto em diversos Estados", afirmou Isabella Nunes, gerente de Análise e Estatísticas Derivadas do IBGE.
No país, a produção industrial cresceu 1,8% em janeiro na comparação com dezembro, impulsionada pela produção de veículos. A produção alcançou o segundo maior nível da série. O maior havia sido registrado em outubro do ano passado.

Sustentação
"Os fatores de sustentação da indústria são a demanda interna em crescimento, com a manutenção das condições de crédito, o aumento da ocupação e da renda, um quadro favorável para investimentos, a manutenção de resultados positivos em setores voltados para a exportação e a recuperação do setor agrícola", afirmou Nunes.
Atividades como produtos químicos, com alta de 22,6%, e máquinas e equipamentos (10,7%) também contribuíram para a indústria paulista.
Nesses setores, destacam-se acréscimos na fabricação de automóveis e caminhões, tintas e vernizes, inseticidas, medicamentos, aparelhos de comutação para telefonia fixa e celulares e máquinas para colheita.
Setores como edição e impressão tiveram queda de 3,6%, e o de celulose e papel, taxa negativa de 2,6% em São Paulo, pressionados pelos decréscimos de revistas e papéis usados na impressão.
De dezembro para janeiro, a indústria cresceu em 11 dos 14 locais pesquisados. A maior taxa de crescimento foi verificada no Paraná, alta de 6,5%. Na comparação com janeiro de 2007, o Estado do Ceará foi o único a apresentar taxa negativa, queda de 2,3% na produção, motivada pelas férias coletivas na indústria têxtil. Com isso, a produção desse segmento no Estado caiu 37,6%.


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