São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

A CAMINHO
A dependência externa brasileira de fertilizantes deve diminuir. A Petrobras já teria decidido pela implantação de uma fábrica de nitrogenados no país. O local da fábrica ainda não está definido, mas levará em consideração as grandes áreas de consumo do insumo.

NECESSIDADE
"Há necessidade de redução da dependência externa de fertilizantes nitrogenados", disse ontem José Alberto Montenegro Franco, consultor sênior da Petrobras. A implantação tem, no entanto, alguns problemas a serem resolvidos, como o fornecimento de matéria-prima, a necessidade de isonomia tributária e linhas de crédito.

CONSUMO MAIOR
Participando do 10º Agrocafé, simpósio realizado em Salvador, Franco disse que a taxa de crescimento de ureia deverá subir para 4 milhões de toneladas em 2012 -alta de 3,44% ao ano. Em 2020, estará próxima de 5 milhões de toneladas.

RELAÇÃO DE TROCA
Com a desvalorização do real e a queda nos preços dos fertilizantes, a relação de troca melhorou para o produtor de café, segundo Eduardo Daher, da Anda. Neste mês, são necessárias 4,2 sacas de café de 60 quilos por tonelada de adubo, bem abaixo das 5,6 de novembro, mas ainda acima das 2,4 do início de 2007.

SOJA LIDERA
A soja é responsável por 34% do adubo consumido pelo país, diz Daher. Milho vem a seguir, com 18,7%, acompanhado de cana-de-açúcar (13,7%). Em quarto lugar vem o café, com 6,1%, conforme dados de 2008.

PRIMO POBRE
O café conilon, tão desprezado quando chegou ao Brasil, passa a ser uma boa opção para os agricultores. Com custos menores do que o arábica e preços internos pressionados, devido ao aumento de mistura na formação do blend das torrefadoras, o conilon passa a ser lucrativo, segundo João Lopes Araújo, presidente da Assocafé (produtores da Bahia).

SEM CRISE
As indústrias de torrefação de café não sentiram a queda interna na demanda, devido à crise internacional, diz Almir José da Silva Filho, da Abic. Já a indústria de café solúvel, que esperava redução de 20% nas exportações deste ano, acumula queda de 34% nos dois primeiros meses, diz Roberto Ferreira Paulo, da Abics.

ANO AQUECIDO
Este pode ser um ano aquecido para os preços do milho no segundo semestre, caso as exportações continuem em alta, segundo a consultoria Céleres. As exportações já somam 2,1 milhões de toneladas no bimestre, 192% mais do que em igual período de 2008. As receitas atingiram US$ 351 milhões.


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