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COMÉRCIO EXTERIOR
Recursos virão do Banco do Brasil e do BNDES; governo toma medida após reclamação do setor têxtil
Exportador ganha crédito de US$ 1 bilhão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai aumentar em
US$ 1 bilhão a oferta de financiamento para empresas exportadoras. Os créditos serão concedidos
pelo Banco do Brasil e pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O anúncio foi feito ontem
pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
"O objetivo é atender, principalmente, pequenos e médios exportadores, que vinham reclamando
de dificuldades para ter acesso a
linhas de crédito", afirmou Furlan. Segundo o ministro, os recursos virão do caixa do BB e do
BNDES e cada um irá disponibilizar US$ 500 milhões.
Segundo o ministro, a liberação
dos recursos é uma "medida
emergencial", diante das reclamações feitas pelas empresas exportadoras. Furlan não quis dizer
quais seriam os setores mais prejudicados pela falta de crédito.
O ministro citou só o setor têxtil, mas disse que outros também
foram atingidos. "Não fecharemos a porta para nenhum setor."
Anteontem, o presidente da
Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção),
Paulo Skaf, reclamou das dificuldades que essas empresas estariam enfrentando para conseguir
financiar suas exportações. Essa
também é a área de atuação de
empresas do vice-presidente da
República, José Alencar, que nos
últimos dias criticou a alta taxa de
juros do país.
As taxas de juros cobradas nos
financiamentos anunciados por
Furlan devem ficar próximas às
praticadas atualmente pelos bancos privados, equivalentes à libor
(juros cobrados no mercado internacional) mais 4% ao ano.
Exportadores precisam de crédito para financiar, principalmente, o embarque e a comercialização de suas mercadorias no
exterior. Segundo Furlan, muitas
empresas de menor porte têm
problemas em conseguir empréstimos com bancos privados.
O ministro disse ontem que já
fez contatos com a Febraban e
com alguns dos maiores bancos
do país para tentar convencê-los a
reabrir as linhas de financiamento
das exportações.
Além disso, Furlan disse que o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do BC,
Henrique Meirelles, vão entrar
em contato com bancos estrangeiros durante suas passagens pelos EUA. Ambos estão em Washington, onde participam de encontro promovido pelo FMI e pelo Banco Mundial, e vão tentar
convencer as instituições internacionais a reabrir linhas de crédito
ao setor privado brasileiro.
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