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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Índice do IPCA de março, de 1,23%, levou investidores a acreditar que Copom não reduzirá Selic

Corte de juros fica distante e derruba Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

A alta da inflação fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo fechasse em queda pelo terceiro dia consecutivo. O Ibovespa, índice que mede a rentabilidade dos 54 papéis mais negociados na Bolsa, caiu 1,42% e fechou aos 11.591 pontos. O volume foi de R$ 755,4 milhões.
A divulgação de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março foi de 1,23%, acima da expectativa de alguns analistas, fez com que o otimismo prevalecesse no pregão de ontem.
O principal motivo é que a inflação alta faz com que os investidores não acreditem na diminuição da Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que ocorre nos dias 22 e 23 deste mês.
Segundo analistas, o atual patamar dos juros prejudica o direcionamento dos recursos para a renda variável. Com a atual taxa de 26,5% ao ano, os investidores preferem manter uma parte maior do capital em renda fixa a correr o risco de aplicar em ações.
Além disso, os juros altos reduzem o consumo e aumentam o custo do financiamento para as empresas, o que também é refletido no preço das ações.
As maiores quedas ficaram com o setor de telecomunicações, com destaque para o papel PN da Telesp Celular Participações, que se desvalorizou em 5,2%.
Um relatório do Merrill Lynch rebaixou a recomendação das ações dos bancos Itaú, Bradesco e Unibanco. Apesar dos papéis já terem caído na quarta-feira, ontem as ações preferenciais do Itaú se desvalorizaram em 2,81%, as PNs do Bradesco caíram 3,55% e as preferenciais do Unibanco fecharam em queda de 1,2%.

Juros
A alta da inflação provocou alta nas taxas de juros dos contratos DI (que consideram os juros entre os bancos).
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) os contratos mais negociados e que mais apresentaram oscilação em relação ao fechamento do dia anterior foram os de prazo mais longo.
Os títulos com vencimento em maio subiram de 26,17% ao ano para 26,21%, com alta de 0,15%. Já os com vencimento em janeiro, os mais negociados, subiram 2,56% e passaram de 25,44% ao ano para 26,09%.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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