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Moeda chinesa atinge maior valor ante dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
A moeda chinesa, o yuan, atingiu ontem seu maior valor em relação ao dólar desde julho de
2005, em uma clara tentativa de
Pequim de reduzir as tensões com
os Estados Unidos, a uma semana
da primeira visita oficial que o
presidente Hu Jintao fará ao país.
O Congresso e setores industriais norte-americanos pressionam a China para apreciar sua
moeda bem além dos 2,1% autorizados em julho de 2005, quando
acabou o sistema de câmbio fixo
que existiu por uma década.
No meio da tarde de ontem, o
yuan chegou a ser cotado a 8,0022
em relação ao dólar, o maior patamar desde julho. No fim do dia, o
yuan fechou em 8,004 por dólar.
Comparado aos 8,280 por dólar
vigentes na véspera da alteração
do regime cambial, a apreciação
da moeda chega a 3,3%.
O percentual ainda é bem inferior ao mínimo de 15% de valorização que os norte-americanos
gostariam de ver. Mas com a velocidade da apreciação dos últimos
dias, os chineses tentam fazer um
gesto de boa vontade na direção
dos norte-americanos. A questão
cambial deverá estar no centro da
conversa que o presidente da China, Hu Jintao, e o presidente norte-americano George W. Bush deverão ter em Washington na próxima quinta-feira.
Vantagem comercial
Os norte-americanos afirmam
que a manutenção do yuan em
um patamar desvalorizado em relação ao dólar dá aos chineses
uma vantagem competitiva desleal no comércio internacional.
Como o yuan vale pouco em relação ao dólar, as mercadorias produzidas na China ficam extremamente baratas quando seu preço é
convertido para a moeda norte-americana. As queixas são reforçadas pelo enorme déficit comercial que os Estados Unidos têm
com a China, que atingiu o valor
recorde de US$ 200 bilhões no
ano passado.
Apesar da aceleração dos últimos dias, é pouco provável que os
chineses permitam um salto no
valor de sua moeda. Tudo indica
que o gradualismo adotado depois da reforma de julho continuará a imperar.
(CT)
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