São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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Moeda chinesa atinge maior valor ante dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

A moeda chinesa, o yuan, atingiu ontem seu maior valor em relação ao dólar desde julho de 2005, em uma clara tentativa de Pequim de reduzir as tensões com os Estados Unidos, a uma semana da primeira visita oficial que o presidente Hu Jintao fará ao país.
O Congresso e setores industriais norte-americanos pressionam a China para apreciar sua moeda bem além dos 2,1% autorizados em julho de 2005, quando acabou o sistema de câmbio fixo que existiu por uma década.
No meio da tarde de ontem, o yuan chegou a ser cotado a 8,0022 em relação ao dólar, o maior patamar desde julho. No fim do dia, o yuan fechou em 8,004 por dólar. Comparado aos 8,280 por dólar vigentes na véspera da alteração do regime cambial, a apreciação da moeda chega a 3,3%.
O percentual ainda é bem inferior ao mínimo de 15% de valorização que os norte-americanos gostariam de ver. Mas com a velocidade da apreciação dos últimos dias, os chineses tentam fazer um gesto de boa vontade na direção dos norte-americanos. A questão cambial deverá estar no centro da conversa que o presidente da China, Hu Jintao, e o presidente norte-americano George W. Bush deverão ter em Washington na próxima quinta-feira.

Vantagem comercial
Os norte-americanos afirmam que a manutenção do yuan em um patamar desvalorizado em relação ao dólar dá aos chineses uma vantagem competitiva desleal no comércio internacional. Como o yuan vale pouco em relação ao dólar, as mercadorias produzidas na China ficam extremamente baratas quando seu preço é convertido para a moeda norte-americana. As queixas são reforçadas pelo enorme déficit comercial que os Estados Unidos têm com a China, que atingiu o valor recorde de US$ 200 bilhões no ano passado.
Apesar da aceleração dos últimos dias, é pouco provável que os chineses permitam um salto no valor de sua moeda. Tudo indica que o gradualismo adotado depois da reforma de julho continuará a imperar. (CT)


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