São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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CNI ataca proposta de reforma do Sistema S

Entidade vê "viés intervencionista" e "ensaio de estatização encabulada", mas sindicalistas apóiam idéia

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) criticou ontem a proposta de reforma do Sistema S apresentada pelo governo, que pretende disciplinar a aplicação de parte dos recursos das entidades.
O presidente da entidade, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), afirmou que as mudanças têm um "viés intervencionista" e são "um ensaio de estatização encabulada".
Conforme a Folha antecipou ontem, a minuta de projeto de lei preparada pelo governo prevê a criação de um conselho consultivo tripartite (Executivo, trabalhadores e empresários) para definir regras para a aplicação de verbas em formação profissional pelo sistema.
Na avaliação da CNI, as premissas sobre as quais o governo diz estar formulando a proposta são "questionáveis". "Uma coisa são políticas públicas que têm enfoque universal. O Sistema S tem de atender as demandas dos setores e não tem uma visão igual à do governo."
O vice-presidente financeiro da Confederação Nacional do Comércio, Gil Siuffo, partilha da mesma opinião. "As premissas estão erradas. Não há como se diz, por exemplo, falta de transparência no sistema."
Monteiro e Siuffo afirmam que, diferentemente do que o governo tem afirmado, os serviços ligados à indústria e ao comércio não elitizaram seu atendimento e oferecem elevado índice de cursos gratuitos.
Para a Força Sindical, a proposta de criar um conselho consultivo é um avanço. O presidente da central sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), adiantou, porém, que apresentará emendas ao projeto elaborado pelo governo quando a proposta chegar ao Congresso Nacional.
Para o sindicalista Adeilson Telles, da direção nacional da CUT, a idéia de instituir o conselho consultivo é positiva, pois permite a participação de trabalhadores nas decisões.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) disse que ainda não teve acesso a detalhes da proposta e tomou conhecimento das mudanças pela imprensa.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) disse que ainda não tem detalhes da proposta para poder comentá-la.


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