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CNI ataca proposta de reforma do Sistema S
Entidade vê "viés intervencionista" e "ensaio de estatização encabulada", mas sindicalistas apóiam idéia
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) criticou ontem a proposta de reforma do
Sistema S apresentada pelo governo, que pretende disciplinar
a aplicação de parte dos recursos das entidades.
O presidente da entidade, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), afirmou que as
mudanças têm um "viés intervencionista" e são "um ensaio
de estatização encabulada".
Conforme a Folha antecipou
ontem, a minuta de projeto de
lei preparada pelo governo prevê a criação de um conselho
consultivo tripartite (Executivo, trabalhadores e empresários) para definir regras para a
aplicação de verbas em formação profissional pelo sistema.
Na avaliação da CNI, as premissas sobre as quais o governo
diz estar formulando a proposta são "questionáveis". "Uma
coisa são políticas públicas que
têm enfoque universal. O Sistema S tem de atender as demandas dos setores e não tem uma
visão igual à do governo."
O vice-presidente financeiro
da Confederação Nacional do
Comércio, Gil Siuffo, partilha
da mesma opinião. "As premissas estão erradas. Não há como
se diz, por exemplo, falta de
transparência no sistema."
Monteiro e Siuffo afirmam
que, diferentemente do que o
governo tem afirmado, os serviços ligados à indústria e ao
comércio não elitizaram seu
atendimento e oferecem elevado índice de cursos gratuitos.
Para a Força Sindical, a proposta de criar um conselho
consultivo é um avanço. O presidente da central sindical, deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP), adiantou, porém,
que apresentará emendas ao
projeto elaborado pelo governo
quando a proposta chegar ao
Congresso Nacional.
Para o sindicalista Adeilson
Telles, da direção nacional da
CUT, a idéia de instituir o conselho consultivo é positiva,
pois permite a participação de
trabalhadores nas decisões.
A CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil) disse que ainda não teve
acesso a detalhes da proposta e
tomou conhecimento das mudanças pela imprensa.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) disse que
ainda não tem detalhes da proposta para poder comentá-la.
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