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DIAS DE TENSÃO
Entre 31 de março e ontem, ações mais negociadas recuaram 20,5%
Valor das empresas na Bolsa de SP cai US$ 54 bi em 40 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
Em apenas 40 dias, o valor de
mercado de 224 maiores empresas com ações negociadas na Bovespa caiu US$ 54,08 bilhões. É a
variação no valor nominal dos papéis entre o pregão do dia 31 de
março e o de ontem, segundo a
Economática.
No mesmo período, o Ibovespa,
índice das ações mais negociadas
da Bolsa paulista, acumulou queda de 20,49%. De acordo com o
relatório, o valor de mercado das
empresas era de US$ 216,17 bilhões no final de março. Ontem,
caíra para US$ 162,08 bilhões.
Apenas nos dez primeiros dias de
maio, a perda acumulada no valor
de mercado das companhias chega a US$ 25,482 bilhões.
Em termos absolutos, os setores
que acumularam as maiores depreciações foram, pela ordem, telecomunicações, petróleo e gás, e
bancos. As 22 companhias de telecomunicações presentes no relatório viram seu valor de mercado recuar de US$ 33,714 bilhões
em março para US$ 24,793 bilhões ontem (perda nominal de
US$ 8,921 bilhões). O valor das
companhias de petróleo e gás listadas caiu, em termos nominais,
US$ 8,558 bilhões. E o valor de
mercado de 15 bancos recuou de
US$ 32,914 bilhões para US$
24,701 bilhões (perda nominal de
US$ 8,212 bilhões).
Em um segundo grupo figuram
as empresas de siderurgia (22 no
total), do setor elétrico (outras 28)
e de mineração (três). Esses setores sofreram depreciação no valor
nominal de suas companhias de
US$ 4,834 bilhões (mineração) a
US$ 6,303 bilhões (siderúrgicas).
O valor de mercado das companhias de papel e celulose recuou
de US$ 10,638 bilhões para US$
8,367 bilhões. No conjunto, o valor das companhias do setor químico caiu US$ 2,179 bilhões, e o
das ligadas ao setor automotivo,
US$ 1,759 bilhão.
As companhias de alimentos e
bebidas e as empresas de capital
aberto vinculadas ao comércio viram seu preço de mercado cair
"apenas" US$ 1,765 bilhão e US$
767,5 milhões, respectivamente.
As maiores perdas, em termos
percentuais, couberam às empresas do setor de mineração: os papéis das três companhias (Caemi,
Magnesita e Vale) registraram oscilação média negativa de 24,6%
em reais e 19% em dólares.
Foram seguidos pelas companhias de telecomunicações. Em
quase 40 dias, os papéis desse setor acumularam uma variação
média negativa em reais de 21%
-em dólares, a oscilação ficou
negativa em 15,5%. Os papéis de
siderurgia e metalurgia acumularam uma queda média de 19,5%
em reais (e 14,8% em dólares).
Nenhum dos 19 setores listados
no levantamento viu suas empresas encerrarem o período com oscilação positiva, em reais, na Bovespa: os que menos sofreram foram agroindústria e pesca (queda
de 1,6%) e transporte e serviços:
oscilação negativa de 4,8%.
"Esses preços estão condizentes
com a realidade brasileira. Mas
eles vieram de uma faixa de 23 mil
pontos no Ibovespa para 17 mil
numa velocidade enorme. Você
tem uma destruição de riqueza
muito grande", diz o consultor financeiro Luiz Antonio Neves.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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