São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DIAS DE TENSÃO

Entre 31 de março e ontem, ações mais negociadas recuaram 20,5%

Valor das empresas na Bolsa de SP cai US$ 54 bi em 40 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

Em apenas 40 dias, o valor de mercado de 224 maiores empresas com ações negociadas na Bovespa caiu US$ 54,08 bilhões. É a variação no valor nominal dos papéis entre o pregão do dia 31 de março e o de ontem, segundo a Economática.
No mesmo período, o Ibovespa, índice das ações mais negociadas da Bolsa paulista, acumulou queda de 20,49%. De acordo com o relatório, o valor de mercado das empresas era de US$ 216,17 bilhões no final de março. Ontem, caíra para US$ 162,08 bilhões. Apenas nos dez primeiros dias de maio, a perda acumulada no valor de mercado das companhias chega a US$ 25,482 bilhões.
Em termos absolutos, os setores que acumularam as maiores depreciações foram, pela ordem, telecomunicações, petróleo e gás, e bancos. As 22 companhias de telecomunicações presentes no relatório viram seu valor de mercado recuar de US$ 33,714 bilhões em março para US$ 24,793 bilhões ontem (perda nominal de US$ 8,921 bilhões). O valor das companhias de petróleo e gás listadas caiu, em termos nominais, US$ 8,558 bilhões. E o valor de mercado de 15 bancos recuou de US$ 32,914 bilhões para US$ 24,701 bilhões (perda nominal de US$ 8,212 bilhões).
Em um segundo grupo figuram as empresas de siderurgia (22 no total), do setor elétrico (outras 28) e de mineração (três). Esses setores sofreram depreciação no valor nominal de suas companhias de US$ 4,834 bilhões (mineração) a US$ 6,303 bilhões (siderúrgicas).
O valor de mercado das companhias de papel e celulose recuou de US$ 10,638 bilhões para US$ 8,367 bilhões. No conjunto, o valor das companhias do setor químico caiu US$ 2,179 bilhões, e o das ligadas ao setor automotivo, US$ 1,759 bilhão.
As companhias de alimentos e bebidas e as empresas de capital aberto vinculadas ao comércio viram seu preço de mercado cair "apenas" US$ 1,765 bilhão e US$ 767,5 milhões, respectivamente.
As maiores perdas, em termos percentuais, couberam às empresas do setor de mineração: os papéis das três companhias (Caemi, Magnesita e Vale) registraram oscilação média negativa de 24,6% em reais e 19% em dólares.
Foram seguidos pelas companhias de telecomunicações. Em quase 40 dias, os papéis desse setor acumularam uma variação média negativa em reais de 21% -em dólares, a oscilação ficou negativa em 15,5%. Os papéis de siderurgia e metalurgia acumularam uma queda média de 19,5% em reais (e 14,8% em dólares).
Nenhum dos 19 setores listados no levantamento viu suas empresas encerrarem o período com oscilação positiva, em reais, na Bovespa: os que menos sofreram foram agroindústria e pesca (queda de 1,6%) e transporte e serviços: oscilação negativa de 4,8%.
"Esses preços estão condizentes com a realidade brasileira. Mas eles vieram de uma faixa de 23 mil pontos no Ibovespa para 17 mil numa velocidade enorme. Você tem uma destruição de riqueza muito grande", diz o consultor financeiro Luiz Antonio Neves. (JOSÉ ALAN DIAS)


Texto Anterior: Dias de tensão: Tesouro cancela o leilão de títulos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.