São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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Produção de petróleo pode aumentar

DA REPORTAGEM LOCAL

A Arábia Saudita solicitou que os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) acrescentem em pelo menos 1,5 milhão de barris a produção diária de petróleo.
A medida visa diminuir a pressão sobre os preços da commodity no mercado internacional. O ministro do Petróleo saudita, Ali-al Naimi, emitiu uma nota na qual afirma que o aumento da produção é "essencial" para equilibrar a oferta do produto.
"Não queremos ver os preços subirem para patamares que possam afetar negativamente o crescimento da economia", afirmou. "Parece que a demanda, especialmente na Ásia, vai continuar a crescer na segunda metade deste ano", completou.
Com o anúncio, a cotação do produto em Nova York fechou em queda de 2,5% em relação à última sexta-feira. Com isso, o preço do barril encerrou o dia de ontem valendo US$ 38,93.
O petróleo acumula uma valorização de 4,1% nos últimos dez dias em Nova York.
Na semana passada, os preços do barril de petróleo atingiram US$ 40 pela primeira vez desde a Guerra do Golfo (1990-1991).
Em Londres, o petróleo brent fechou ontem em queda de 2,78%, cotado a US$ 35,97.
O ministro saudita afirmou que a proposta de aumento da cota produzida pela Opep será discutida na próxima conferência da organização, no dia 3 de junho.
Ontem, porém, após as declarações do saudita, o presidente da Opep e ministro da Energia da Indonésia, Purnomo Yusgiantoro, disse ao jornal "Financial Times" que o preço elevado não é devido à ação da Opep. "Não há muito o que a Opep possa fazer."
Segundo ele, os baixos estoques nos EUA, especuladores e questões geopolíticas como a do Iraque são responsáveis pelos preços altos, que devem durar até o fim do verão no hemisfério Norte.
O membros da Opep são responsáveis por 40% da produção mundial e por mais de três quartos das reservas mundiais comprovadas. A cota de produção estabelecida pela organização é de 23,5 milhões de barris por dia.
Com uma exportação de 5,2 milhões de barris por dia, a Arábia Saudita lidera o ranking de exportações da Opep. Essa posição, dizem analistas, terá peso na reunião de junho. Até o momento, os Emirados Árabes e o Kuait se mostraram dispostos a apoiar a intenção de elevar a produção expressada pela Arábia Saudita.
Na semana passada, o secretário de Energia dos EUA, Spencer Abraham, se encontrou com o ministro argelino do Petróleo, Chakib Khelil, em Washington, para pedir que a Opep eleve o volume diário produzido.
"Essa é uma medida que eles [os países da Opep] têm que tomar. Nós vemos que a demanda pelo petróleo produzido pela Opep deve aumentar para 2 milhões por dia no terceiro trimestre desse ano e para mais 2 milhões de barris por dia no quarto trimestre", avaliou Gary Ross, da consultoria americana, PIRA Energy.
Mas, para Khelil, as tensões geopolíticas no Oriente Médio devem continuar a sustentar os preços.


Com agências internacionais

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