São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Bons lucros e expansão atraem os estrangeiros

DA REPORTAGEM LOCAL

O que vem atraindo a atenção de instituições financeiras internacionais que buscam melhorar seu posicionamento no mercado bancário brasileiro é a expansão que o setor vem tendo e sua alta lucratividade. Em 2005, o lucro líquido dos 127 bancos que respondem por 95,6% dos ativos totais do sistema totalizou R$ 65,47 bilhões, segundo dados divulgados ontem pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
O lucro dos bancos teve três destinações: distribuição aos acionistas (R$ 32,3 bilhões), distribuição de dividendos (R$ 8,2 bilhões) e reinvestimento (R$ 24,8 bilhões).
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido dos grandes bancos tem, inclusive, superado a dos grandes bancos americanos. O que tem embalado o crescimento do setor é a expansão do crédito que, em 2005, cresceu 21,4% em relação a 2004, totalizando R$ 606,7 bilhões (incluídos os recursos livres, os direcionados e os do BNDES), segundo o balanço da Febraban.
O segmento que mais cresceu foi o de crédito à pessoa física, com alta de 37,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 190,4 bilhões em empréstimos.
"Há um grande potencial de crescimento, pois o crédito corresponde a apenas 34% do PIB [Produto Interno Bruto], diz Márcio Cypriano, presidente da Febraban.
Em 2005 continuou crescendo o atendimento bancário via transações eletrônicas. Os clientes com acesso à internet banking já somam 26,3 milhões de pessoas, com aumento de 45,3% em relação a 2004.
Outro filão em rápida expansão é o de cartões de crédito. O total de plásticos no mercado aumentou 29,5%, totalizando 68 milhões de cartões. E o valor das transações por meio de cartões chegou a R$129 bilhões, valor 25,2% superior ao de 2004. Já os cartões de débito totalizam 126 milhões.

Rede
Para atender toda essa movimentação, os bancos investiram pouco na expansão do número de agências, que aumentaram apenas 1,5% e totalizam 17.515 pontos de atendimento. Já o número de correspondentes bancários explodiu: saltou de 46.035 em 2004 para 69.546 no ano passado, com alta de 51,1%.
O que explica a pouca expansão das agências, diz Cypriano, são os pesados investimentos que o setor faz em tecnologia bancária, de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões por ano, que permitem o atendimento aos clientes por outros canais.
Por conta do desenvolvimento de tecnologia bancária, o setor tem obtido reduções de custos que estão sendo repassadas aos clientes, segundo Antonio Matias, diretor da Febraban. O setor vai reduzir a tarifa interbancária cobrada entre os bancos quando recebem títulos em cobrança. (SB)


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