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Bons lucros e expansão
atraem os estrangeiros
DA REPORTAGEM LOCAL
O que vem atraindo a atenção
de instituições financeiras internacionais que buscam melhorar
seu posicionamento no mercado
bancário brasileiro é a expansão
que o setor vem tendo e sua alta
lucratividade. Em 2005, o lucro líquido dos 127 bancos que respondem por 95,6% dos ativos totais
do sistema totalizou R$ 65,47 bilhões, segundo dados divulgados
ontem pela Febraban (Federação
Brasileira de Bancos).
O lucro dos bancos teve três
destinações: distribuição aos
acionistas (R$ 32,3 bilhões), distribuição de dividendos (R$ 8,2
bilhões) e reinvestimento (R$ 24,8
bilhões).
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido dos grandes bancos tem, inclusive, superado a dos
grandes bancos americanos. O
que tem embalado o crescimento
do setor é a expansão do crédito
que, em 2005, cresceu 21,4% em
relação a 2004, totalizando R$
606,7 bilhões (incluídos os recursos livres, os direcionados e os do
BNDES), segundo o balanço da
Febraban.
O segmento que mais cresceu
foi o de crédito à pessoa física,
com alta de 37,5% em relação ao
ano anterior, totalizando R$ 190,4
bilhões em empréstimos.
"Há um grande potencial de
crescimento, pois o crédito corresponde a apenas 34% do PIB
[Produto Interno Bruto], diz
Márcio Cypriano, presidente da
Febraban.
Em 2005 continuou crescendo o
atendimento bancário via transações eletrônicas. Os clientes com
acesso à internet banking já somam 26,3 milhões de pessoas,
com aumento de 45,3% em relação a 2004.
Outro filão em rápida expansão
é o de cartões de crédito. O total
de plásticos no mercado aumentou 29,5%, totalizando 68 milhões
de cartões. E o valor das transações por meio de cartões chegou a
R$129 bilhões, valor 25,2% superior ao de 2004. Já os cartões de
débito totalizam 126 milhões.
Rede
Para atender toda essa movimentação, os bancos investiram
pouco na expansão do número de
agências, que aumentaram apenas 1,5% e totalizam 17.515 pontos
de atendimento. Já o número de
correspondentes bancários explodiu: saltou de 46.035 em 2004
para 69.546 no ano passado, com
alta de 51,1%.
O que explica a pouca expansão
das agências, diz Cypriano, são os
pesados investimentos que o setor faz em tecnologia bancária, de
R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões por
ano, que permitem o atendimento aos clientes por outros canais.
Por conta do desenvolvimento
de tecnologia bancária, o setor
tem obtido reduções de custos
que estão sendo repassadas aos
clientes, segundo Antonio Matias,
diretor da Febraban. O setor vai
reduzir a tarifa interbancária cobrada entre os bancos quando recebem títulos em cobrança.
(SB)
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