São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Citi vai acelerar expansão no Brasil

DA BLOOMBERG

O Citigroup Inc., a maior empresa de serviços financeiros do mundo por valor de mercado, aumentará o ritmo de seu projeto de expansão para o Brasil, com a inauguração de 50 agências bancárias até o final deste ano e a contratação de funcionários para sua corretora de São Paulo. A informação foi dada ontem por Gustavo Marin, presidente da subsidiária brasileira do Citigroup.
O Citigroup, sediado em Nova York (EUA), tentará ampliar suas divisões de subscrição de ações e de "private banking" no Brasil, disse Marin em entrevista em São Paulo.
Ele declarou que o banco não tem planos para realizar aquisições com a intenção de promover seu crescimento no Brasil.
"Queremos ser o número um do mercado", disse Marin. "Nossa estratégia não pode depender de aquisições. Estamos nos concentrando no crescimento orgânico de todas as áreas."

Ações e bônus crescem
Nos últimos 12 meses, o Índice Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou o quarto melhor desempenho do mundo, à medida que o crescimento da economia brasileira se acelera e as taxas de juros recuam. Marin disse prever que as vendas de ações e bônus crescerão no Brasil devido à expansão da economia.
Atualmente, o Citigroup é o 12º maior banco do Brasil em ativos, com US$ 10,7 bilhões sob sua administração. Essa quantia pode ser comparada aos US$ 31,9 bilhões em ativos que o ABN Amro Holding NV tem no Brasil.
As 64 agências brasileiras do Citigroup correspondem a apenas 5% das 1.100 agências do ABN, segundo dados do Banco Central.
O HSBC Holdings tem 932 agências espalhadas pelo Brasil e US$ 20,3 bilhões em ativos sob sua administração.

Prejuízo
No entanto, o Citibank tem um desempenho inferior ao dos demais bancos. Como a matriz exige que seja feito hedge do patrimônio, o banco teve prejuízo no Brasil em 2004, de R$ 308 milhões.
No ano passado reduziu o prejuízo para R$ 51,6 milhões. Nos anos em que deu lucro, sua rentabilidade sobre o patrimônio ficou entre as menores do setor, com 6,7%, segundo analistas. Na opinião de analistas de mercado brasileiros, o Citi vive um dilema atualmente.
"Ele está vendo o nicho de crédito crescer e os bancos locais ganhando espaço nesse segmento, enquanto ele está patinando", diz João Augusto Salles, economista da consultoria Lopes Filho.
Enquanto os grandes bancos locais como Bradesco, Itaú e Unibanco compraram financeiras nos últimos anos e fizeram acordos operacionais com redes de varejo para conceder crédito ao consumidor, o Citi tem a Citi Financial, apenas, sem grande penetração no mercado popular de crédito.
"O retorno dos bancos está sendo obtido nos empréstimos pessoais que não são o foco da atividade do Citibank", diz Salles.


Colaborou a Reportagem Local

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