|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BALANÇO
Resultado da companhia chegou a R$ 2,18 bi; exportações registraram um aumento de 70,8% no período
Lucro da Vale cresce 35% no 1º tri, mas rentabilidade cai
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Companhia Vale do Rio Doce
anunciou ontem um lucro de R$
2,184 bilhões no primeiro trimestre de 2006, com crescimento de
35,3% em relação ao mesmo período de 2005. Na comparação
com o quarto trimestre de 2005,
porém, houve queda de 17,2%. No
ano passado, a companhia lucrou
R$ 10,4 bilhões.
Nos três primeiros meses do
ano, o faturamento da Vale atingiu R$ 8,281 bilhões, com expansão de 17,4% ante o primeiro trimestre de 2005.
A geração de caixa da companhia, medida pelo Ebitda (lucro
antes de despesas financeiras, impostos e depreciação), somou R$
3,753 bilhões, com incremento de
R$ 904 milhões em relação ao 1º
trimestre de 2005.
Apesar o aumento do lucro, a
empresa perdeu rentabilidade.
Segundo dados do balanço divulgado ontem, o retorno sobre o patrimônio líquido da empresa caiu
de 32,6% no primeiro trimestre
de 2005 para 27,5% nos três primeiros meses de 2006.
O crescimento das exportações
assegurou, porém, um incremento das receitas e conseqüentemente do lucro da Vale no trimestre. As vendas externas aumentaram 70,8%, passando para US$
2,282 bilhões no período.
Em nota, a Vale destaca que ampliou sua participação na balança
comercial brasileira, que aumentou de uma média de 14% nos últimos dois anos para 22% no primeiro trimestre de 2006. "O desempenho das vendas da CVRD
neste trimestre destaca sua posição como maior exportadora líquida [descontando as importações da empresa] do Brasil", diz a
empresa em comunicado.
De janeiro a março, os embarques de minério de ferro e pelotas
subiram 6,4%, alcançando 62,627
milhões de toneladas, apesar das
interrupções da Estrada de Ferro
de Carajás provocadas por protestos de grupos indígenas.
O balanço da Vale mostra que a
China se consolidou como principal mercado, absorvendo 28,1%
do volume total de vendas de minério e pelotas -esse percentual
era de 19,6% no primeiro trimestre de 2005.
Depois da China, os principais
destinos no minério são Japão,
Alemanha e Coréia. Para as siderúrgicas brasileiras, a companhia
vendeu 11,054 milhões de toneladas de minério, o que representa
17,1% dos seus embarques.
Outros minérios
As exportações de manganês e
ferro-ligas caíram na comparação
com o primeiro trimestre de 2005
-24,7% e 7,4% respectivamente.
A Vale constatou ainda uma queda nas exportações de bauxita (insumo do alumínio) de 10,1% ante
o primeiro trimestre de 2005.
Com o desempenho mais fraco
de outros minérios, a participação
das vendas de minério de ferro e
pelotas na receita da companhia
passou de 55,6% no primeiro trimestre de 2005 para 66,2% no
mesmo período deste ano -ou
R$ 5,480 bilhões.
A área de alumínio foi a segunda mais importante no faturamento da Vale, com 12,7% de participação no primeiro trimestre
de 2006. Esse percentual era de
14,7% no primeiro trimestre de
2005.
A operação de logística da Vale,
com o transporte de cargas de terceiros, também perdeu espaço no
faturamento da companhia -de
10,3% para 8,5%.
Até março deste ano, os investimentos da Vale somaram US$
1,126 bilhão. Desse total, US$ 843
milhões foram em novos projetos
de expansão (o chamado crescimento orgânico), US$ 236 milhões para sustentar das operações já existentes e US$ 47 milhões em aquisições.
Texto Anterior: Empresas: CVM pune Motta Veiga após inquérito Próximo Texto: Trabalho: Câmara obriga FGTS para domésticas Índice
|