São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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BALANÇO

Resultado da companhia chegou a R$ 2,18 bi; exportações registraram um aumento de 70,8% no período

Lucro da Vale cresce 35% no 1º tri, mas rentabilidade cai

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Companhia Vale do Rio Doce anunciou ontem um lucro de R$ 2,184 bilhões no primeiro trimestre de 2006, com crescimento de 35,3% em relação ao mesmo período de 2005. Na comparação com o quarto trimestre de 2005, porém, houve queda de 17,2%. No ano passado, a companhia lucrou R$ 10,4 bilhões.
Nos três primeiros meses do ano, o faturamento da Vale atingiu R$ 8,281 bilhões, com expansão de 17,4% ante o primeiro trimestre de 2005.
A geração de caixa da companhia, medida pelo Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos e depreciação), somou R$ 3,753 bilhões, com incremento de R$ 904 milhões em relação ao 1º trimestre de 2005.
Apesar o aumento do lucro, a empresa perdeu rentabilidade. Segundo dados do balanço divulgado ontem, o retorno sobre o patrimônio líquido da empresa caiu de 32,6% no primeiro trimestre de 2005 para 27,5% nos três primeiros meses de 2006.
O crescimento das exportações assegurou, porém, um incremento das receitas e conseqüentemente do lucro da Vale no trimestre. As vendas externas aumentaram 70,8%, passando para US$ 2,282 bilhões no período.
Em nota, a Vale destaca que ampliou sua participação na balança comercial brasileira, que aumentou de uma média de 14% nos últimos dois anos para 22% no primeiro trimestre de 2006. "O desempenho das vendas da CVRD neste trimestre destaca sua posição como maior exportadora líquida [descontando as importações da empresa] do Brasil", diz a empresa em comunicado.
De janeiro a março, os embarques de minério de ferro e pelotas subiram 6,4%, alcançando 62,627 milhões de toneladas, apesar das interrupções da Estrada de Ferro de Carajás provocadas por protestos de grupos indígenas.
O balanço da Vale mostra que a China se consolidou como principal mercado, absorvendo 28,1% do volume total de vendas de minério e pelotas -esse percentual era de 19,6% no primeiro trimestre de 2005.
Depois da China, os principais destinos no minério são Japão, Alemanha e Coréia. Para as siderúrgicas brasileiras, a companhia vendeu 11,054 milhões de toneladas de minério, o que representa 17,1% dos seus embarques.

Outros minérios
As exportações de manganês e ferro-ligas caíram na comparação com o primeiro trimestre de 2005 -24,7% e 7,4% respectivamente. A Vale constatou ainda uma queda nas exportações de bauxita (insumo do alumínio) de 10,1% ante o primeiro trimestre de 2005.
Com o desempenho mais fraco de outros minérios, a participação das vendas de minério de ferro e pelotas na receita da companhia passou de 55,6% no primeiro trimestre de 2005 para 66,2% no mesmo período deste ano -ou R$ 5,480 bilhões.
A área de alumínio foi a segunda mais importante no faturamento da Vale, com 12,7% de participação no primeiro trimestre de 2006. Esse percentual era de 14,7% no primeiro trimestre de 2005.
A operação de logística da Vale, com o transporte de cargas de terceiros, também perdeu espaço no faturamento da companhia -de 10,3% para 8,5%.
Até março deste ano, os investimentos da Vale somaram US$ 1,126 bilhão. Desse total, US$ 843 milhões foram em novos projetos de expansão (o chamado crescimento orgânico), US$ 236 milhões para sustentar das operações já existentes e US$ 47 milhões em aquisições.


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