|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Casa aprova medida, que ainda precisa passar por votação no Senado
Câmara obriga FGTS para domésticas
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem a inclusão obrigatória
dos empregados domésticos no
regime do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o
que representará despesa adicional para os empregadores -e, na
visão do governo, derrotado na
votação, poderá estimular a contratação sem carteira assinada.
A regra ainda precisa passar pelo Senado e pela sanção presidencial, mas derrubá-la se tornou
uma operação politicamente difícil. O ingresso no FGTS e a ampliação de outros direitos foram
incluídos na medida provisória
que permite deduzir do Imposto
de Renda as contribuições patronais à Previdência relativas a empregados domésticos.
Atualmente, a inscrição do trabalhador doméstico no FGTS é
optativa para o empregador. O
beneficiado passa a receber mensalmente 8% do salário em sua
conta no fundo, além de ter direito ao seguro-desemprego.
Derrota do governo
Partiu de uma deputada petista,
Doutora Clair (PR), a proposta
aprovada pela Câmara. Sem
apoio no partido, a emenda foi
apresentada em plenário pelo
PSOL, formado por dissidentes à
esquerda do PT.
O líder do governo, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), recomendou o
voto contrário, mas os próprios
petistas contribuíram para a derrota do governo na votação simbólica.
A emenda também garante aos
domésticos direito ao salário-família e estabilidade das gestantes
até cinco meses após o parto.
Como se trata de uma medida
provisória, o exame do texto pelo
Senado tem de ser imediato -e
como se trata de um ano eleitoral,
será difícil convencer os senadores a derrubar uma medida de alcance popular.
A medida provisória aprovada
estabelece um desconto limitado
a um empregado doméstico por
contribuinte e à contribuição previdenciária do empregador (alíquota de 12%) sobre um salário
mínimo.
Pela proposta original do Executivo, a regra seria aplicada a
partir de abril deste ano, nas declarações de Imposto de Renda a
serem entregues à Receita Federal
em 2007.
Na Câmara, o texto foi alterado
para que o benefício retroaja a janeiro. Os deputados também permitiram que a contribuição previdenciária patronal referente ao
13º salário seja deduzida.
Com as alterações, a maior redução possível do imposto a pagar sobe de R$ 378 para R$ 546. O
governo não tentará restabelecer
o texto original no Senado.
Em votação apertada -172 a
171- à noite, foi rejeitada anteontem uma emenda (proposta de
modificação) que permitiria a
concessão dos benefícios para
contribuintes optantes da declaração simplificada.
Texto Anterior: Balanço: Lucro da Vale cresce 35% no 1º tri, mas rentabilidade cai Próximo Texto: Panorâmica - Efeito interno: Com demanda fraca, ganho da CSN cai 53% Índice
|