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CRÉDITO
Banco inicia acerto de débitos vencidos no ano passado, a maioria pertencente a agricultores de Mato Grosso e de Goiás
BB começa a renegociar dívida de produtores
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil já começou a
renegociar dívidas de produtores
rurais vencidas no ano passado. O
vice-presidente de Agronegócios
do banco, Ricardo Conceição,
disse que grande parte dos débitos se refere ao custeio e pertence
a cerca de mil agricultores de Mato Grosso e de Goiás.
"Produtores que não pagaram
em 2005 englobam pouco mais de
R$ 1 bilhão. O banco estudará caso a caso", afirmou Conceição.
A negociação é para prorrogar
os débitos já vencidos para prazos
de um a cinco anos, com juros
anuais de 14% a 20%. "Essa taxa é
muito melhor do que a encontrada no mercado privado."
Ao negociar com os inadimplentes, o governo atende parte
dos produtores que não poderiam ser beneficiados com a primeira parte do pacote de auxílio à
agricultura. No mês passado, foi
anunciada a liberação de R$ 16,8
bilhões, entre aporte de novos recursos, prorrogação de dívidas e
recursos alocados por bancos.
Somente poderiam ter acesso às
novas linhas de crédito ou prorrogar suas dívidas os agricultores
com as contas em dia.
Embora o BB tenha anunciado
ontem que está colocando em
prática parte do pacote anunciado no mês passado, as medidas
estruturais, prometidas para o
início deste mês, ainda estão sendo aguardadas. Entre as medidas
em estudo pelo governo estão a
diminuição da carga tributária
para o setor e a redução da alíquota de importação para um menor
custo de produção.
O anúncio do BB acontece no
momento em que crescem as manifestações de produtores contrários às políticas agrícola e econômica do governo federal.
Os protestos, com bloqueio de
rodovias, aconteceram nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, São Paulo, Paraná e Goiás
e no Nordeste.
Ricardo Conceição considera
que a situação é transitória. "Não
tenho dúvida da retomada do
processo do crescimento do agronegócio brasileiro."
A oposição diz que a prorrogação apenas empurra o problema
para depois e que são necessárias
medidas para que os produtores
consigam recompor suas rendas.
O governo estima que o setor
agrícola sofreu perda de R$ 30 bilhões nos últimos dois anos.
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