São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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LINHA DE PASSE

Goldman Sachs vê correlação entre sucesso no esporte e industrialização; no G7, só Canadá não encabeça lista da Fifa

Futebol faz tabela com solidez na economia, diz banco

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há alguma relação entre desempenho econômico e bom futebol? Na avaliação do banco Goldman Sachs, dá, sim, para traçar uma correlação entre o esporte e a economia. A conclusão é que "as nações mais ricas geralmente são as melhores nações no futebol", diz trecho do trabalho "A Copa do Mundo e a Economia", realizado pelo Goldman Sachs.
Ao fazer um cruzamento entre as primeiras posições do ranking da Fifa e os integrantes do G7 (grupo das sete maiores economias do planeta), o banco observou que, com exceção da seleção do Canadá, todos os demais países do G7 estão entre as melhores equipes de futebol do mundo.
O estudo do Goldman Sachs não chega a dar uma explicação definitiva sobre o porquê de as nações mais prósperas também serem as mais bem avaliadas pela Fifa. O banco, porém, lança algumas hipóteses. "Na Europa, as maiores economias geralmente possuem as mais bem-sucedidas seleções. Além disso, os maiores clubes de futebol tendem a vir dos maiores países e, freqüentemente, das cidades mais prósperas", afirma o economista-chefe do banco, Jim O'Neill.
O economista pondera também que, se o fator populacional e taxas de crescimento forem, de fato, os principais fatores de estímulo ao "bom futebol", a Copa do Mundo de 2050 vai ser bem diferente . Se for considerado o quesito população, a Turquia "deve desafiar a Alemanha [e será] a principal equipe européia de futebol [em 2050]". Se for olhada a taxa de crescimento, o mundo vai ter que se preparar para a dominação chinesa. "Talvez os principais clubes europeus abram "times-irmãos" na China", especula.
Sobre o Brasil, as análises foram feitas por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. "Como no futebol brasileiro, algumas lições básicas para o sucesso econômico parecem ter sido aprendidas: por exemplo, uma estrutura macroeconômica sólida é necessária para o crescimento, com também é um foco na educação e na saúde", escreveu. Apesar do afago, Fraga se disse "cético" em relação a um crescimento pujante da economia brasileira.

Escrete econômico
No relatório, uma equipe de economistas e de alguns clientes do banco se arrisca a montar um "time dos sonhos" para a Copa de 2006. Nessa seleção ideal, os jogadores brasileiros são maioria e estão representados por Roberto Carlos, Cafu, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.
Já no time montado pelo capitão da seleção inglesa, David Beckham, só há dois brasileiros: Ronaldo e Roberto Carlos.
Segundo o Goldman Sachs, o Brasil é o favorito para ganhar o mundial deste ano.


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