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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Para fazer dívida, SP e MG duelam com União
Os governos estaduais de São
Paulo e de Minas Gerais estão
travando uma queda-de-braço
com a União para conseguirem
ampliar os seus limites de endividamento dentro do que eles
acham que é permitido pela lei.
O Tesouro tem barrado os pedidos de empréstimos para investimentos dos dois Estados
com instituições como Banco
Mundial, BID e BNDES usando
uma lei que SP e MG consideram superada.
São Paulo garante que tem
direitos legais para contrair R$
6,7 bilhões em empréstimos e é
esse montante que está pleiteando ao Tesouro para levar à
frente os seus investimentos.
Estão incluídos nessa lista projetos como os das linhas 2 e 4 do
Metrô, a recuperação da pavimentação de estradas vicinais,
a elaboração de projetos ambientais e a aquisição de material para a CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos). Já Minas argumenta que
tem direito a contrair mais R$ 3
bilhões em dívidas.
O que há, na verdade, é um
conflito jurídico. Para negar os
pedidos de empréstimos dos
Estados, a União toma como
base a lei 9.496/97, que determina que a dívida do governo
estadual não pode superar o limite da receita líquida real (receita tributária). Por esse critério, as dívidas dos dois Estados
superam a receita, e eles estão
assim impedidos de fazer novos
empréstimos.
Os Estados argumentam, porém, que essa lei, de dez anos
atrás, já está superada. Depois
dela, o governo federal criou a
Lei de Responsabilidade Fiscal,
em 2000, que previa que a dívida dos Estados não poderia ultrapassar o valor correspondente ao dobro da receita corrente líquida estadual (receita
tributárias mais transferências
federais). Por esse segundo critério, os dois Estados ainda têm
folga para se endividar.
Na terça passada, os secretários estaduais de Fazenda Mauro Ricardo, de São Paulo, e Simão Cirineu, de Minas Gerais,
percorreram os gabinetes de
diversos senadores em Brasília
para pedir a eles que os ajudem
a sair desse impasse com a
União. A Constituição brasileira estabelece que as decisões
sobre dívidas estaduais são de
atribuição exclusiva do Estado.
Os dois secretários defendem a extinção da lei 9.496/97
para passar a valer definitivamente a Lei de Responsabilidade Fiscal. O objetivo é que essa
matéria seja incluída na MP
347, que faz parte do PAC e dispõe sobre uma capitalização da
Caixa Econômica.
Os Estados levaram aos senadores estudos mostrando que
os governos regionais (Estados
e municípios) aumentaram sua
participação no superávit primário de 0,9% do PIB em 2004
para 0,95% até fevereiro deste
ano. Já a União reduziu sua
participação de 2,7% para 2,5%
do PIB. Em termos de endividamento, aconteceu o contrário. Os governos estaduais reduziram sua dívida financeira
de 15,02% em 2004 para 13,18%
até fevereiro deste ano. Já a
União aumentou de 29,53% para 30,90% do PIB.
Empregos na construção registram alta
O nível de emprego na
construção civil brasileira
registrou alta de 2,57% no
primeiro trimestre, segundo
levantamento do SindusCon-SP e da FGV Projetos,
com base nos dados do Ministério do Trabalho.
Em março, o saldo positivo
de 18.881 novos postos de
trabalho elevou o índice em
1,2%, na comparação com fevereiro.
O bom ritmo de contratações fez com que o estoque
total de empregados com
carteira assinada fechasse os
primeiros três meses do ano
em 1,592 milhão de trabalhadores.
Até março, foram agregadas ao estoque total 40 mil
contratados. A variação percentual acumulada no ano,
contra o mesmo período de
2006, foi de 6,04%. O desempenho em doze meses foi
melhor. Houve aumento de
95,2 mil trabalhadores, ou
mais 6,36% no período.
RECEITA DE BOLO
Fabrice Le Nud, "chef pâtissier" e proprietário da Douce France, fechou uma parceria com a marca de farinhas
Dona Benta, do grupo J. Macêdo. De acordo com Le Nud,
esta é a primeira parceria de sua carreira com uma grande indústria de alimentos. Seu nome será aliado a receitas
da nova linha de misturas para bolo lançada pela marca
Dona Benta, chamada Chocolatíssimo. Ele preparou cinco
receitas com os novos produtos, para um livro produzido
pela marca. Com isso, o J. Macêdo espera que a linha
Chocolatíssimo alcance 20% do volume de vendas de misturas para bolo da Dona Benta até 2008.
INFLAÇÃO
A editora FGV lançará nas
próximas semanas o livro
"Paeg e Real. Dois planos
que mudaram a economia
brasileira", organizado pelo
professor Alkimar R. Moura.
Os textos reunidos propõem
uma reflexão sobre os dois
programas de estabilização
da história econômica recente do país e o seu impacto
na redução da taxa de inflação. A primeira versão dos
trabalhos reunidos foi apresentada em 2004 na FGV.
ATRÁS DE TALENTOS
A Fesa Global Recruiters
registrou, no primeiro trimestre, aumento na busca
por executivos de níveis hierárquicos altos, como diretores, presidentes e conselheiros. Foram trabalhadas
26 posições de C-Level, alta
de 160% em relação ao mesmo período de 2006. Entre
os motivos da guerra por talentos estão a chegada de
fundos de private equity no
país, o aumento das empresas realizando ofertas públicas iniciais de ações, a alta
dos investimentos diretos e
a estabilidade econômica.
SONHANDO
Fiesp, Febraban, Fecomercio, Ciesp, Itaú, Klabin e
Microsoft estão na lista de
173 nomes do "Movimento
Nossa São Paulo: Outra Cidade", que será lançado no
dia 15, sobre o desenvolvimento da metrópole, que foi
orientado por pesquisa do
Ibope sobre os sonhos dos
paulistanos para a capital.
SACOLAS
A 12ª edição do shopping
de inverno Campos do Jordão Market Plaza 2007, de
João Doria Jr, teve a confirmação de marcas como Lacoste, M. Officer, Zoomp,
Forum, Timberland, Bulgari, Dior, Vivara, Lancôme,
Havana Café, Laselva e Häagen-Dazs. O shopping funcionará de 6 de junho a 29 de
julho.
SENTIMENTAL
Quanto mais atributos
emocionais, maior a chance
de venda. Pesquisa da Ipsos
ASI com cerca de mil norte-americanos indica que 48%
comprariam com certeza o
produto mais sentimental.
Nas marcas sem identificação emocional, apenas 18%
demonstraram certeza de
compra. Os dados serão
apresentados em São Paulo,
na quarta-feira, pelo pesquisador canadense John Hallward, autor do "Gimme! The
human nature of successful
marketing".
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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