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Mantega fica "satisfeito" com nova avaliação
Para ministro, elevação da nota de risco atribuída ao Brasil significa reconhecimento de que o país está cada vez melhor
Mantega diz que o real apenas acompanha um movimento mundial de desvalorização do dólar; BC manterá compras da moeda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se disse "muito satisfeito" com a decisão da agência de classificação de risco
Fitch de elevar a nota atribuída
ao Brasil.
"Estamos a apenas um degrau do "grau de investimento".
Isso significa um reconhecimento de que o Brasil está cada
vez melhor", disse.
Mantega afirmou ainda que,
mesmo sem a nota de "grau de
investimento", o país já sente
os efeitos da maior confiança
dos mercados financeiros.
"As empresas brasileiras já
conseguem recursos mais baratos lá fora, o governo consegue
rolar a dívida externa a taxas
menores, e evidentemente isso
atrai investimento estrangeiro,
investimento de qualidade",
disse o ministro.
Outra vantagem é conseguir
empréstimos a juros mais baixos, como o que o Brasil conseguiu ontem, com juros 8,9% ao
ano, em títulos em reais lançados na Europa e nos Estados
Unidos (leia texto na pág. B7).
Mantega também relativizou
o impacto que essa maior confiança dos investidores pode
ter na taxa de câmbio, já que,
em tese, uma melhora na nota
atribuída ao Brasil ajuda a
atrair mais capital externo para
o país. Segundo o ministro, o
real apenas acompanha um
movimento mundial de desvalorização do dólar.
"É o chamado "preço do sucesso". Esse fenômeno não se
dá só com o Brasil. Há uma melhora no quadro econômico-financeiro de vários países. Se
olharmos os países mais pobres, todos eles estão atraindo
investidores e estão tendo uma
certa valorização cambial."
Nesse cenário de maior fluxo
de divisas, Mantega disse que o
Banco Central continuará com
as compras de dólares para reforçar as reservas internacionais do país -entre janeiro e
abril, já foram adquiridos cerca
de US$ 33,9 bilhões.
Ele ressaltou ainda que não
há limites para essas intervenções. "O céu é o limite", afirmou
o ministro.
Na semana passada, segundo
o dado mais recente divulgado
pelo Banco Central, as reservas
internacionais estavam em
US$ 122,389 bilhões.
Mais dólares
"Outra vez, deve vir mais dólar", disse o secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, ao anunciar a decisão da
Fitch durante exposição à Comissão de Orçamento do Congresso. Godoy respondia a um
parlamentar que reclamava do
câmbio desfavorável atualmente para as empresas.
O secretário argumentou que
a valorização do real é resultado não apenas dos juros altos
como também dos "bons fundamentos" da economia brasileira -logo, segundo seu raciocínio, a melhora da nota de
classificação de risco do país terá o efeito de atrair mais divisas
internacionais ao Brasil.
Após a audiência, falando
com jornalistas, Godoy evitou
explicitar a previsão de mais
apreciação cambial.
"[A decisão da Fitch] melhora o ambiente para o investimento direto", disse. "Não posso achar ruim se a gente virar
"grau de investimento"."
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