|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro da TAM cai 53% no primeiro trimestre do ano
Disputa com Gol, que força redução de tarifa, e ocupação menor afetam balanço
Marco Bologna, presidente da empresa, prevê que política de "céus abertos"
adotada pela Europa deve chegar ao Brasil
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um cenário de disputa tarifária com a Gol e queda na taxa de ocupação, conseqüência
de aumento de oferta de assentos e dos problemas no controle de tráfego aéreo, a TAM registrou lucro de R$ 59,2 milhões no primeiro trimestre,
resultado 53,3% abaixo do obtido no mesmo período de 2006.
A receita líquida operacional
da empresa foi de R$ 1,8 bilhão,
alta de 15,3%, alavancada pelo
faturamento bruto (antes de
impostos) maior com a operação de vôos internacionais, que
somou R$ 506 milhões (aumento de 76,2%), e com cargas.
O EBIT (lucro antes de despesas financeiras e impostos
em relação à receita operacional líquida) foi de R$ 88,1 milhões, queda de 53,3% ante o
primeiro trimestre de 2006.
Nos vôos domésticos, onde o
ambiente de alta competição
com a Gol levou a TAM a baixar
tarifas, a receita bruta (antes de
impostos) caiu 8% ante o primeiro trimestre de 2006.
A receita por assento caiu
15,4% por causa da queda nas
tarifas. O custo por assento
também caiu, mas menos: 9%,
insuficiente para atenuar a
queda na receita. O "yield" doméstico da TAM (quanto cada
passageiro paga a cada quilômetro voado) caiu 13,7%.
A companhia espera um
"yield" em 2007 entre 5% e 10%
menor do que o de 2006 -a
partir de junho a avaliação é
que as tarifas devem aumentar.
A companhia informou que
gastou entre US$ 7,5 milhões a
US$ 8 milhões a mais com combustível por conta da crise no
controle de tráfego aéreo.
"Esse custo a mais com combustível foi diluído", diz Mel
Marques Fernandes, da Brascan Corretora. "O reflexo da
crise foi sentido, mas na ocupação de assentos dos aviões, que
caiu". A TAM subiu sua oferta
em 36% no primeiro trimestre.
A empresa anunciou que trará três outros A330, além dos
aviões já previstos para chegar
neste ano, para vôos internacionais de longo curso. Ela quer
chegar até o final de 2007 com
112 aviões (hoje são 102) e vai
acelerar a devolução dos Fokker 100 em sua frota- em
2008, terá devolvido todos.
O presidente da companhia,
Marco Antonio Bologna, afirmou que considera a implantação de "céus abertos" (maior liberdade para companhias
atuarem em países que não os
seus) como uma tendência que
deve chegar ao Brasil, apesar de
ressaltar ser contra a cabotagem -estrangeiras operarem
trechos internos no país.
Ele levantou dúvidas em relação ao sucesso do plano
anunciado pela Gol para a Varig de realizar vôos de longo
curso no modelo de baixo custo, argumentando que cortar
gastos em trechos intercontinentais é mais difícil.
Texto Anterior: Grupo defende o "Trabalhador não é empresa" Próximo Texto: Bebidas: Ganho da AmBev tem queda com concorrência no exterior Índice
|