São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

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Lucro da TAM cai 53% no primeiro trimestre do ano

Disputa com Gol, que força redução de tarifa, e ocupação menor afetam balanço

Marco Bologna, presidente da empresa, prevê que política de "céus abertos" adotada pela Europa deve chegar ao Brasil


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um cenário de disputa tarifária com a Gol e queda na taxa de ocupação, conseqüência de aumento de oferta de assentos e dos problemas no controle de tráfego aéreo, a TAM registrou lucro de R$ 59,2 milhões no primeiro trimestre, resultado 53,3% abaixo do obtido no mesmo período de 2006.
A receita líquida operacional da empresa foi de R$ 1,8 bilhão, alta de 15,3%, alavancada pelo faturamento bruto (antes de impostos) maior com a operação de vôos internacionais, que somou R$ 506 milhões (aumento de 76,2%), e com cargas.
O EBIT (lucro antes de despesas financeiras e impostos em relação à receita operacional líquida) foi de R$ 88,1 milhões, queda de 53,3% ante o primeiro trimestre de 2006.
Nos vôos domésticos, onde o ambiente de alta competição com a Gol levou a TAM a baixar tarifas, a receita bruta (antes de impostos) caiu 8% ante o primeiro trimestre de 2006.
A receita por assento caiu 15,4% por causa da queda nas tarifas. O custo por assento também caiu, mas menos: 9%, insuficiente para atenuar a queda na receita. O "yield" doméstico da TAM (quanto cada passageiro paga a cada quilômetro voado) caiu 13,7%.
A companhia espera um "yield" em 2007 entre 5% e 10% menor do que o de 2006 -a partir de junho a avaliação é que as tarifas devem aumentar.
A companhia informou que gastou entre US$ 7,5 milhões a US$ 8 milhões a mais com combustível por conta da crise no controle de tráfego aéreo.
"Esse custo a mais com combustível foi diluído", diz Mel Marques Fernandes, da Brascan Corretora. "O reflexo da crise foi sentido, mas na ocupação de assentos dos aviões, que caiu". A TAM subiu sua oferta em 36% no primeiro trimestre.
A empresa anunciou que trará três outros A330, além dos aviões já previstos para chegar neste ano, para vôos internacionais de longo curso. Ela quer chegar até o final de 2007 com 112 aviões (hoje são 102) e vai acelerar a devolução dos Fokker 100 em sua frota- em 2008, terá devolvido todos.
O presidente da companhia, Marco Antonio Bologna, afirmou que considera a implantação de "céus abertos" (maior liberdade para companhias atuarem em países que não os seus) como uma tendência que deve chegar ao Brasil, apesar de ressaltar ser contra a cabotagem -estrangeiras operarem trechos internos no país.
Ele levantou dúvidas em relação ao sucesso do plano anunciado pela Gol para a Varig de realizar vôos de longo curso no modelo de baixo custo, argumentando que cortar gastos em trechos intercontinentais é mais difícil.


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